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Galeria Movimento inaugura sede na Gávea essa quarta-feira com individual da artista Viviane Teixeira

06/12/2021 - Por ArtRio

Movimento Arte Contemporânea inaugura essa quarta sua nova sede no Baixo Gávea, na Rua dos Oitis nº 15, com individual ‘O Banquete’ da artista visual carioca Viviane Teixeira. Desde 2006 ocupando uma das lojas do Shopping Cassino Atlântico em Copacabana, a galeria se junta agora, a partir de sua abertura dia 8 de dezembro (quarta-feira), às 18h, ao circuito de galerias da Gávea.

A nova sede é um belo sobrado centenário, com paredes de tijolo aparente, vitrais originais e janelões em grande escala. Em estilo eclético, com 250m² de área construída, pé direito de 4m, jardim de inverno e iluminação caprichada, pouquíssimos passos está a Praça Santos Dumont, projetada por Burle Marx, que recebe uma feirinha de antiguidades aos sábados. Além de muitos ateliês e diversas galerias, o bairro sedia o Instituto Moreira Salles e o recém-aberto Museu Histórico da Cidade, com um acervo de 20 mil peças.

“Toda a equipe da galeria, que inclui os artistas representados, está vibrando com o novo espaço. Sou a terceira geração de uma família de marchands, que iniciou a trajetória nos anos 1930 com a fundação da Galeria Rachid, no Centro do Rio, quando ainda não havia na cidade um mercado de artes estabelecido”, relembra o galerista Ricardo Kimaid Junior. “Ver a Movimento completar 15 anos de casa nova, dando sequência à história da minha família que contribuiu ativamente na consolidação da cena das artes plásticas no Rio e no país, é uma alegria imensa”, comemora.

Sobre a exposição de Viviane Teixeira

Para celebrar o novo endereço, a Movimento Arte Contemporânea organizou uma mostra em torno da produção recente da carioca Viviane Teixeira, que acumula em sua trajetória individuais em instituições como o Centro Cultural São Paulo (CCSP) e o Paço Imperial, no Rio. O Banquete reúne um conjunto de cerca de 15 trabalhos, em sua maioria pinturas realizadas a partir de 2018.

De acordo com o curador Victor Gorgulho, que assina o texto crítico da mostra, a dimensão da teatralidade na obra de Viviane – iniciada na primeira década dos anos 2000 – parece atingir, atualmente, tanto seu ápice quanto um ponto de inflexão: “Em seu corpo de trabalho atual, Teixeira segue a evidenciar o interesse pela narrativa de um teatro da corte, pela mise-en-scène das dinâmicas sociais de uma aristocracia antiga e ultrapassada, ainda que nunca identificada temporal ou espacialmente”, escreve Gorgulho.

Vista da exposição ‘O banquete’, de Viviane Teixeira na galeria Movimento.

A produção da artista é matéria pictórica esculpida sobre telas de diferentes escalas, por vezes apresentadas em molduras antigas, garimpadas em antiquários. As grossas camadas de tinta acrílica retratam ambientes e cenários habitados por personagens que parecem subverter a lógica de narrativas históricas hegemônicas, nos convidando a assistir – como na plateia de um teatro – à cenas aparentemente prosaicas, imbuídas de altas doses de pastiche, humor e acidez. São situações e personagens, no entanto, capazes de questionar suas origens e disfuncionalidades, a um só tempo.

“Onde antes veríamos figuras masculinas reproduzindo as dinâmicas da vida social de uma corte ultrapassada, somos apresentados a figuras femininas que brindam com seus falos. Elas festejam a utópica soberania conquistada a duras penas em uma sociedade ainda hoje marcada profundamente pelo patriarcado, em seu triunfo e derrocada”, comenta Victor, ressaltando que o uso robusto de recursos materiais por parte da artista aprofunda ainda mais o senso de encenação em jogo em seus trabalhos.

Em 2017, durante a exposição As múltiplas faces da rainha, outra individual de Viviane Teixeira organizada pela Movimento, o curador Ivair Reinaldim comentou o aspecto perturbador e erótico da obra da artista: “São personagens que desejam, que tensionam continuamente sua relação com o ambiente e com aqueles que as observam. O espectador torna-se assim uma espécie de voyeur, alguém que não só observa um acontecimento – como público ou mesmo, de modo sorrateiro, por trás da cortina ou através do buraco de uma fechadura –, mas presencia inquieto algo que se explicita diante de seus olhos. Ou seja, torna-se, querendo ou não, um ser desejante”.

Para Gorgulho, a potência máxima da produção da artista reside na delicada tessitura de um olhar debruçado sobre tempos passados, no intuito de refletir sobre tempos presentes: “Beber de ontem com o afiado olhar contemporâneo típico dos artistas que buscam escavar a seu próprio tempo. Sem deixar de nos lembrar, incessantemente, do complexo jogo da representação sem o qual a pintura não é possível. Como no farsesco bolero da década de 1970, de autoria do compositor porto-riquenho Tite Curet Alonso: ‘perdona que no te crea… me parece que es teatro’”, completa.

Sobre a Movimento Arte Contemporânea

Fundada em 2007, sob a direção de Ricardo Kimaid Junior, a galeria Movimento apresenta-se como um espaço destinado a partilhar o processo criativo de artistas emergentes e consagrados. Mantém um acervo criado a partir do cruzamento de diferentes gerações, prezando pela qualidade das linguagens e pela diversidade de novas perspectivas estéticas. A galeria representa 12 artistas: Arthur Arnold, Ayla Tavares, Edu Monteiro, Hal Wildson, Jan Kaláb, Marcela Gontijo, Marcos Roberto, Mateu Velasco, Paulo Vieira, Tinho, Viviane Teixeira e Xico Chaves, juntos aos quais realiza anualmente exposições.

‘O Banquete’ e inauguração na nova sede
Abertura: 08 de dezembro de 2021, das 18h às 21h
8 de dezembro de 2021 a 8 de janeiro de 2022
Movimento Arte Contemporânea
Rua dos Oitis, 15 – Gávea – Rio de Janeiro



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