Durante o último final de semana, nos dias 25 e 26 de abril promovemos a primeira edição da mostra fotográfica Retratos da Quarentena em nossa página do Instagram (@artrio_art). O evento, de chamada aberta, contou com a participação de mais de duzentos artistas. A segunda edição, nos moldes da primeira, está marcada para os dias 9 e 10 de maio, sábado e domingo, e em breve terá calendário e instruções de participação divulgados.
As mais de duzentas fotografias da primeira edição, recebidas ao longo do sábado, 25, se debruçaram sobre o tema das atuais restrições de isolamento social e circulação. Eram imagens improvisadas, do celular, profissionais, amadoras, diretas, encenadas, conceituais, figurativas: da forma que cada um acreditasse que poderia mostrar, em um registro fotográfico, como está se dando a relação de limites entre dentro e fora em sua vida no momento atual.
Os registros foram compartilhadas via instagram stories com a ArtRio, que os exibiu em sua página. A cada um deles, convidamos os usuários da rede social a reagirem ou comentarem quando se identificassem ou admirassem o trabalho. Durante os dois dias que ficaram em exibição nos stories da página da ArtRio ou nos destaques (a partir de sua postagem e recebimento no sábado até a segunda pela manhã) o Instagram contabilizou as respostas ou reações a cada um.
Dentre os inúmeros retornos positivos e trabalhos dos mais variados gêneros e registrando as mais diferente formas de encarar a situação, os registros de Thiago Tavares (@thiagotavaresarte), Guto Esteves (@gutoestevesart) e Gabriela Furlan (@gabfurlan) se destacaram. Entramos em contato com os três artistas e pedimos para que contassem para gente, em poucas linhas sua experiência na quarentena e como isso está colocado na imagem:
“Abraço de Sofia, Niterói, RJ, 2020”, de Thiago Tavares
“A vida passa rápido e o que a quarentena me permitiu, foi desacelerar e aproveitar cada momento com a minha vida.”
Sou artista visual e sempre utilizei a fotografia como ponto de partida para os trabalhos, mas nesse momento estou realizando estudos fotográficos com algumas intervenções gráficas. Não tenho representação de galeria, sou artista independente, possuo atelier localizado na Fábrica Bhering, zona portuária do RJ e em Niterói, cidade em que eu resido.
“Contas a Deriva”, 2020, de Guto Esteves
“No momento em que nos vemos em casa, sem poder trabalhar, mas as contas continuam chegando, para o desespero de muitos autônomos, pensei em retratar a quarentena através desta foto, a qual denominei “Contas a Deriva”. A imagem configura um barco de papel, feito com boleto de cartão de crédito, que desce por água abaixo em um vaso sanitário, simbolizando o sentimento de que, apesar de todo esforço, tudo foi em vão.”
Sou baiano, fotógrafo há 20 anos, representado atualmente pela Pena Cal Galeria (@penacalgaleria), a qual atua em Salvador e em São Paulo e que participou com um stand, no ano passado, na Art Rio. Atuei como fotógrafo comercial por mais ou menos uma década, mas hoje me concentro especialmente em projetos autorais.
“Vigília”, 2020, Gabriela Furlan
“Esse é um autorretrato que surgiu de forma espontânea enquanto testava longas exposições em casa. Na pós-produção combinei fotografias da sala com registros da vida externa. Era a dualidade da nova rotina se configurando, enquanto a memória e a imaginação ajudavam a lidar com a solidão do isolamento. Olhar pra dentro pode ser difícil, mas não olhar certamente é pior.”
Sou Gabriela Furlan, fotógrafa e cinegrafista há quase 10 anos. Moro no Rio de Janeiro e em 2016 fundei a @memorialudica onde produzimos e viabilizamos conteúdo audiovisual para artistas e músicos. Sou formada em cinema e gosto de retratar mulheres e a mim mesma, como forma de expressar o que não consigo dizer ou escrever.
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As regras e instruções aplicadas no evento podem ser encontrados aqui.