

Após um ano ausente da programação, o SOLO, um os programas mais tradicionais da ArtRio, retorna para sua décima edição. Esse ano serão apresentados oito projetos expositivos inéditos dedicados cada um a um único artista.
Iniciado junto a feira em 2011, já passaram pelo SOLO nomes como Maxwell Alexandre (2019, A Gentil Carioca), Iván Argote (2019, Vermelho), Anna Bella Geiger (2018, Mendes Wood DM) e Iole de Freitas (2018, Silvia Cintra + Box 4). Diferente de outros programas da feira, no SOLO cada estande é inteiramente dedicado à obra de um único artista, reunindo diferentes nomes da arte moderna e contemporânea das principais galerias nacionais. Em sua 10ª edição, o SOLO retorno à ArtRio com localização privilegiada e projeto arquitetônico dedicado ao programa e conta com galerias inéditas.

Cerimônia de batismo organizada por Maxwell Alexandre como parte de seu projeto e estande SOLO na ArtRio 2019. Foto Bruno Ryfer.
Esse ano integram o programa sete galerias: Luciana Caravello Arte Contemporânea, MT Projetos de Arte, Jackie Shor Projects, Rodrigo Ratton Galeria, Arte FASAM Galeria, Andrea Rehder Arte Contemporânea e Almacén Thebaldi Galeria. Conheça os artistas que serão apresentados:
Luciana Caravello Arte Contemporânea | Artista: Alexandre Mazza
Em homenagem à Iemanjá, Alexandre Mazza apresenta na ArtRio 2021 uma instalação composta por vídeos e esculturas. Os vídeos, dispostos em grandes formatos de televisão, exploram a visualidade e movimento da espuma do mar, capturados sob o efeito de câmera lenta, aproximando do observador os detalhes da amplitude do oceano, sua força e a energia de Iemanjá. As esculturas, formadas por caixas luminescentes, revelam a presença das rochas naturais como Água marinha e Crisocola, compondo uma paisagem que remete à profundidade dos oceanos e mares a partir da ilusão de ótica.
Este projeto expositivo relaciona-se com a última exposição individual do artista na galeria Luciana Caravello Arte Contemporânea RJ em 2019, Somos sua Luz, onde o orixá honrado foi Oxum. Para o ano de 2022, o artista prepara uma exposição individual em São Paulo, dando continuidade a ideia de retratar o mar e seus significados emocionais, psíquicos e afetivos.

Alexandre Mazza, Crisocola (Odoyá), 2021
MT Projetos de Arte | Artista: Rafa Moreira
A artista exibirá oito obras da série ‘Registros Gerais’, de dimensão 60 x 70 cm, em acrílica sobre vidro, em formato de retratos, com suporte retangular e um vídeo que será reproduzido em uma tela LCD e contará também com conteúdo de áudio, vídeo e legenda para garantir acessibilidade. A série surgiu no início de 2021 como uma proposta de pesquisa e experimentação em artes visuais, realizada durante a pandemia do Covid-19. A composição das obras se refere esteticamente à foto de RG – registro geral de identificação civil, se limitando a representar o busto das participantes.
As modelos participantes são mulheres trans e travestis da Amazônia belenense, de diferentes idades e contextos. Além das imagens produzidas durante meus encontros com as modelos, também foram produzidos áudios de entrevistas pré-roteirizadas. O suporte utilizado nessa série foi escolhido pensando nas características do vidro. Ao pintar esses rostos, essas identidades, sobre vidro estou refletindo principalmente sobre a fragilidade desses corpos em uma espécie de “registro geral” de narrativas que se conectam por suas vivências.

Obra da série Registros Gerais, 2021, da artista Rafa Moreira, que será apresentada no estande SOLO da MT Projetos de Arte.
Jackie Shor Projects | Artista: Nathalie Cohen
Nascida no Marrocos, o trabalho artístico de Nathalie Cohen é direcionado a arte cinética. Tendo um jogo ótico que a artista trabalha com a cor para transmitir energia, vida, alegria.
Rodrigo Ratton Galeria | Artista: Lorenzato
Lorenzato atingiu reputação internacional, e construiu uma obra ímpar na pintura. Seus trabalhos tratam de temas do cotidiano de maneira bem peculiar, além de interpretar a pintura de gênero, como paisagens, retratos e natureza mortas em composições a paletas de cores características. O artista cria, através de suas pinturas, imagens que estão sempre diante de nós no nosso
dia a dia, mas que dificilmente são escolhidas por outros artistas como uma forma de representar o mundo. Os rastros dos caminhos das lesmas, de aviões, um trabalhador dormindo no parque sonhado com um mundo encantado, estes são alguns exemplos, entre tantas outras cenas que nos fazem refletir sobre a intensidade contemplativa dessas obras. Lorenzato inventou formas cores e tratamentos pictóricos bem específicos, o que caracteriza o artista como um inventor nato.
Arte Fasam Galeria | Artista: Ursula Tautz
A artista apresenta o vídeo tudo que se dá a ouvir e trabalhos que sintetizam o conceito do site specific montado no Paço Imperial O SOM DO TEMPO ou tudo que se dá a ouvir. Trata-se de uma performance, onde o container é o sino. Vestindo calça e camisa de algodão cru e luvas brancas – em referencia ao filme- propaganda em defesa de seringueiros “No Paíz das Amazonas” de Silvino Santos, que retrata trabalhadores, nativos e ribeirinhos no início do século XX em Manaus cenograficamente vestidos de roupas novas e muito alvas – a artista lançará 12 badalos de sino antigos e quebrados, posteriormente expostos no Paço Imperial, com exceção de um, contra as paredes do espaço, fazendo toda a caixa metálica ressoar, libertando o som do tempo.
Logo à frente do vídeo vemos a memória da performance: a roupa utilizada, um badalo e as luvas. Na parede oposta um conjunto de imagens do filme “No Paíz das Amazonas” forma um trabalho de fotografias. À entrada do espaço encontram-se 2 trabalhos síntese de pequenas dimensões, em torno de 0.35 X0.17m, sobre totens pretos de diferentes alturas, que resumem o conceito desenvolvido. Uma peça única e inédita e um múltiplo, do qual a comercialização possibilitou a exposição no Paço Imperial. Os objetos são compostos por redomas e badalos em diferentes dimensões, cordas e arames dourados.
Através do badalar dos sinos o projeto revisita a história do Brasil, a partir das memórias inventadas com base em fatos históricos e outras criadas pela artista, questionando padrões adotados até os dias de hoje. O espectador poderá circular pelo ambiente.

Registro da performance ‘Tudo que se dá a ouvir’, 2021, de Ursula Tautz.
Andrea Rehder Arte Contemporânea | Artista: Alessandra Rehder
Alessandra é fotógrafa e artista viajante, percorre países submetidos à brutalidade dos conflitos sociais. Seu olhar capta a esperança dos despossuídos, sobretudo das crianças submetidas à miséria, ao abandono e à violência. Nesse Solo, a artista discute questões da arte contemporânea, ao registrar a queima de seus trabalhos. Obras onde a temperatura influi nas escolhas de
seus trabalhos. Como no mito egípcio que representa a imortalidade e os ciclos da natureza, a obra queimada renasce com outro formato, como vídeo, como instalação ou, outra vez, como fotografia. As obras selecionadas exibem dois cenários que se contrapõe: o preenchimento da fotografia com sobreposições e o negativo do esvaziamento.
Almacén Thebaldi Galeria | Artista: Evandro Soares
Movido pela vontade de dominar, transformar e potencializar a natureza dos materiais, Evandro Soares é um artista cuja linguagem está compromissada com a fatura, com a qualidade artesanal, com o apuramento técnico e com a maquinação cerebral, por meio da qual elabora obras caracterizadas por arquitetura inventiva, rigorosa limpeza visual e por economia formal.
Evandro Soares se apropria do objeto morto, queimado e sem função, para o reanimar por meio de uma metodologia de trabalho que consiste em desfazer o objeto, cortar sua superfície de vidro, configurar nova forma, colar e polir arestas, refinar acabamentos, acender o que estava apagado. Em seu projeto para o SOLO desse ano, intitulado ‘Entre a Linha e a Luz’, o artista desenvolveu quadrados e cubos com as lâmpadas e impõe uma autoria ao objeto antes anônimo e impessoal.

Obra de Evandro Soares para seu projeto SOLO, Entre a Linha e a Luz.
Almacén Thebaldi Galeria | Artista: Osvaldo Gaia
Saberes do Simples. Os visitantes poderão observar as multifaces dos saberes dos simples e imergir na simplicidade das formas dos apetrechos amazônicos. Nesta composição entre fazeres e saberes, Gaia desenvolve seu repertório, repleto de elementos de uso do cotidiano ribeirinho simples, porém com potencial artístico único. A exposição apresenta 12 objetos e uma instalação de base, fazendo uso da madeira, vidro, bronze, acetato, linha e manta. A obra reforça a existência de uma extensa e singular imaginação e técnica construtiva, possibilitando a visualização, na perspectiva contemporânea, da representação material da simplicidade, que compõem a vivência típica do Norte.

Obra de Osvaldo Gaia
Andrea Rehder apresenta Alessandra Rehder
Almacén Thebaldi Galeria apresenta Evandro Soares
Almacén Thebaldi Galeria apresenta Osvaldo Gaia
Jackie Shor Projects apresenta Nathalie Cohen
MT Projetos de Arte apresenta Rafa Moreira
Luciana Caravello Arte Contemporânea apresenta Alexan
Arte FASAM Galeria apresenta Ursula Tautz
Rodrigo Ratton Galeria apresenta Lorenzato
ArtRio 2021 acontece de 8 a 12 de setembro na Marina da Glória e no ArtRio.com
08 de setembro – Preview das 13h às 21h
09 a 11 de setembro – das 13h às 21h
12 de setembro – das 12h às 20h
Compre seu ingresso em ArtRio.com/tickets
O agendamento de horário para períodos de 2h é obrigatório. Não haverá venda de ingressos no local.
Marina da Glória – Av. Infante Dom Henrique, S/N – Glória
Mais informações e lista completa de galerias participantes por programa pode ser vista em “A feira” > “Curadorias”.