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Visita guiada de Milton Machado e Felipe Scovino na exposição “ACHADOS (entre) PERDIDOS”

09/06/2024 - Por ArtRio

Milton Machado apresenta no Paço Imperial, até 7 de julho, a exposição inédita “ACHADOS (entre) PERDIDOS”, que celebra seus 55 anos de carreira. No próximo sábado, 15 de junho, às 16h, o artista e o curador Felipe Scovino farão uma visita guiada na exposição, seguida de palestra na Sala dos Arqueiros, com tradução para LIBRAS.

A individual é composta pela instalação “Paraíso”, que homenageia o poeta inglês John Milton, recordando seu poema “Paraíso Perdido” (“Paradise Lost”), publicado em 1667. Nas salas, com iluminação e sonorização criadas especialmente para a instalação, um jogo de palavras brinca com oposições a partir do poema de John Milton, ditado para suas filhas depois de ele perder a visão.

“O Paraíso de um outro Milton e de uma outra natureza é visitado aqui. Um Paraíso que nada tem de trágico; ao contrário, apela para a comicidade. Tem algo de trocadilho barato, quase vulgar, tongue in cheek. Mas irresistível. Tem algo de sátira: admitem-se sem problemas as trocas de identidade, os contrabandos, as apropriações indébitas, as intimidades entre xarás”, comenta Milton Machado.

Completa a mostra, a série “Academia dos Seletos” com 25 desenhos, , título inspirado no nome da sala onde as obras estão expostas, foi criada entre 2017 e 2023. A maioria dos desenhos nunca tinha sido mostrada. Os trabalhos foram feitos com nanquim e tinta acrílica sobre papel, em três tamanhos (30 x 40 cm, 46 x 56 cm e 70 x 100 cm). Eles têm em comum uma estrutura espacial construtiva, labiríntica, de planos entremeados, resultantes de ações não planejadas, em que o gesto, o traço (e a cor) são experimentais e determinantes.

“Como um arquiteto aparentemente sem precisão mas, seguramente, com domínio sobre os métodos de construção, Milton adota o princípio daquilo que é ruinoso. Suas ruínas, ou desenhos, são efeitos de uma estética do fragmento, da montagem, por isso também podem ser entendidas como colagens. São da ordem da dispersão simultaneamente ao fato de que é exatamente essa constituição quebradiça, unida por partes e regida por minúcias, que a torna um pensamento e uma imagem sobre a história moderna. O autêntico e o imediato, exigências típicas da cultura da mercadoria, são criticadas e substituídas pela tradução e pelo estranhamento dessas imagens obtusas e fora de lugar. Acrescidas por uma temporalidade morosa, já que é exigido do espectador uma pausa para que essas superfícies, lacunas, desmontes, enfim, sejam detidamente investigadas.”, escreve o curador Felipe Scovino.

A exposição conta com folheto com os textos em fonte ampliada, obra tátil e audiodescrição, que está disponível no YouTube e pode ser acessada através do link: Audiodescrição – ACHADOS (entre) PERDIDOS.

O Paço Imperial fica na Praça XV de Novembro, 48 – Centro – Rio de Janeiro. Visitação: de terça a domingo, das 12h às 18h. Entrada gratuita.

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