Junto com Paula Taitelbaum, o artista Xadalu Tupã Jekupé, um dos vencedores do Prêmio FOCO ArtRio de 2024, é um dos 10 semifinalistas do 66° Prêmio Jabuti, na categoria literatura infantil, com o livro “Cadê Cadê”. Utilizando técnicas como serigrafia, pintura e fotografia, a obra explora a tensão entre as culturas indígena e ocidental nas cidades, focando nos processos coloniais de catequização dos povos nativos.
A publicação parte de uma semente em um colar para chegar à ausência de florestas, que foram substituídas por cidades. Quem conduz a narrativa é Cunhatã, que significa moça no idioma guarani, a segunda língua do livro, traduzida pela indígena Maria Ortega, ou Arai Poty, professora do ensino infantil em uma aldeia na região das Missões.
Cunhatã vende seu artesanato nas ruas, uma situação muito mais condizente com a atual vida dos indígenas do que aquele cenário em meio a árvores, rios e animais, algo infelizmente ameaçado.
Para se ambientar na história, Xadalu foi até a Rua dos Andradas, no Centro Histórico de Porto Alegre, e sentou-se com indígenas que comercializam cestos. Do chão, a visão que se tem é apenas de pernas caminhando para lá e para cá. Não se enxerga o rosto das pessoas, muito menos seus olhares.
Sinopse:
Cadê? Cadê a semente, cadê a menina indígena, cadê o que estava aqui e já não está mais? Para descobrir, é preciso virar as páginas, mergulhar nas ilustrações vivas de Xadalu Tupã Jekupé e entregar-se ao distanciamento do olhar. Cadê Cadê passeia por elementos simbólicos dos povos originários e é um livro essencial – e especial – para ler e refletir com nossas crianças.