Durante a 13a edição da Feira de Arte do Rio, a Esplanada da Marina da Glória virou uma grande galeria de arte a céu aberto. O Shopping Leblon apresentou o Jardim de Esculturas, com obras de grandes dimensões, em diferentes suportes, de artistas modernos e contemporâneos. Os trabalhos dialogaram com o cenário da Baía de Guanabara, e também com os visitantes, estimulando novas maneiras de se ver e interagir com a arte.
Conheça os artistas participantes e suas galerias.
AMILCAR DE CASTRO (Galeria Almeida e Dale)
Um dos principais artistas plásticos brasileiros do século 20, Amilcar de Castro (1920-2002) promoveu inflexões radicais e inovadoras no campo da escultura e da geometria, tornando-se referência incontornável para essa forma de expressão artística, tanto no Brasil quanto no mundo.
ANTONIO BOKEL (Matias Brotas Arte Contemporânea)
Inspirada em um nascer do sol de uma viagem para o Salar de Uyuni, na Bolívia, a escultura de Antonio Bokel (1978, Rio de Janeiro) reúne diversos materiais, trazendo questões estruturais de força, peso e equilíbrio. Uma escultura que dialoga com a arte concreta e com a arquitetura brutalista, que tinha como base valorizar a estrutura das construções.
ARJAN MARTINS (A Gentil Carioca e Instituto Inhotim)
Arjan Martins é o pseudônimo de Argentino Mauro Martins Manoel, pintor, escultor e artista visual brasileiro. As temáticas históricas do colonialismo e da diáspora africana são destaques de sua obra.
Birutas: Lima, 2023, aço galvanizado e nylon paraquedas, 246 x 36,5 x 113cm, ed. 15 + 2 PA, A Gentil Carioca.
ASCÂNIO MMM (Silvia Cintra + Box4)
Em cinco décadas dedicadas à escultura, Ascânio MMM (1941, Esposende, Portugal) construiu uma minuciosa obra – transparente em sua poética e firme em sua lógica construtiva – que lhe garante um lugar histórico na trajetória da abstração geométrica da América Latina.
Piramidal 32.2, 1999, Alumínio e parafusos, Edição 3/5, 284 x 152 x 88 cm, Silvia Cintra + Box4.
ARTUR LESCHER (Galeria Nara Roesler)
O paulistano Artur Lescher (1962, São Paulo) destaca-se no atual panorama da arte contemporânea brasileira por suas obras tridimensionais. Há mais de trinta anos, ele apresenta um sólido trabalho, resultado de uma pesquisa em torno da articulação entre matéria, forma e pensamento.
Óculo, 2020, Aço inox, edição 2/5 + 2 PAs, 320 x 310 cm (anel) e 10 cm (diâmetro tubo), Galeria Nara Roesler.
FELIPPE MORAES (Galeria Verve)
A obra, em néon, se desenvolve a partir da pesquisa de Felippe Moraes sobre o samba e o Carnaval.
Não deixe o samba morrer, da série Samba Exaltação, 2021, néon, 20 x 465 cm, Galeria Verve.
FRANZ WEISSMANN (Paulo Kuczynski Escritório de Arte)
Por meio da aplicação de técnicas do figurativismo e do construtivismo – movimento do qual é um dos precursores no Brasil –, Franz Weissmann (1911-2005) se consolida como importante criador de esculturas em espaços públicos do país.
Coluna em quatro fitas, 1975, Duralumínio pintado, 600 x 130 x 130 cm, Paulo Kuczynski Escritório de Arte.
JEANE TERRA (Anita Schwartz Galeria de Arte)
A instalação de Jeane Terra (1975, Minas Gerais) reúne um grupo de quatro a cinco esculturas produzidas a partir de escombros, com intervenção de folhas de ouro. A artista pesquisa as subjetividades da memória, as nuances da transitoriedade das cidades e destroços de um tempo, o apagamento urbano e o crescimento desenfreado das urbes.
1. Cartografia Mekong, 2023, escavação sobre escombros, folheado a ouro e pó de veludo
70 x 120 x 14 cm.
2. O Beijo, 2020, escombro folheado a ouro, 35 x 74 x17 cm.
3. O Voyeur do Cais, 2020, escombro com escavação folheada a ouro, 127 x 62 x 12 cm.
4. Âncora, 2020, escombro com escavação folheada a ouro, 30 X 72 x 14 cm.
JEFFERSON MEDEIROS (Galeria Inox)
Jefferson Medeiros (São Gonçalo, Rio de Janeiro, 1989) é formado em História pela UERJ-FFP, especializado em Ensino de Histórias e Culturas Africanas e Afro-Brasileiras pelo IFRJ e mestre em Estudos Contemporâneos da Arte pela UFF. Com o discurso organizado em um lugar social, partindo das experiências compartilhadas das pessoas que habitam esse mesmo espaço, propõe discussões sobre colonialidade, exploração do trabalho e violência no cotidiano urbano periférico, suas raízes e consequências. Utiliza materiais diversos, de concreto a cápsulas de munição encontradas no circuito.
Moinho – 2023, escultura em ferro, 175 x 106 ø cm.
JORGE DOS ANJOS (Galeria Inox)
Jorge Luiz dos Anjos (Ouro Preto, Minas Gerais, 1957) é pintor, escultor e desenhista. Tem influência do imaginário africano em suas esculturas, abordando de maneira poética e construtiva o casamento de elementos da cultura afro usando da matéria do ferro oxidado e óxido gravado nas telas.
Sem título – 2022, aço pintado, 200 x 48 x 27 cm.
LUCAS BENITES (Dan Galeria)
O tempo tem sido protagonista da obra de Luca Benites (1981, Brasília). O artista desenvolve esculturas semelhantes a gotas e ampulhetas, que propõem reflexões em relação à passagem do tempo.
Construção do vazio I, 2022, Placas de aço corten e base de concreto, edição 1/3 + 2 PAs, 320 x 10 cm, Dan Galeria.
LUIZ BRESEGHELLO (Martha Pagy Escritório de Arte)
Em 2008 começou a produzir obras nas diversas ligas metálicas, onde aprendeu técnicas para produzir esculturas. Em 2013, começou a trabalhar com aço corten. Em 2021, apresentou a individual ‘Contraste’, no Shopping Leblon.
Natura inox 2, 2023, aço inox 304l espelhado, 268 x 40 x 12 cm, Martha Pagy Escritório de Arte.
OSCAR NIEMEYER (Danielian Galeria)
Oscar Niemeyer (1907-2012) é um dos maiores representantes da arquitetura moderna mundial, com mais de 600 obras pelo mundo. Sua principal característica é o uso do concreto, vidro, curvas e vãos livres, com seu estilo inconfundível. Entre seus projetos destacam-se: o Palácio da Alvorada e a capela anexa, o Palácio do Planalto, os edifícios do Supremo Tribunal Federal e do Congresso Nacional, a Catedral e o Teatro Nacional.
O encontro da curva com a reta 4, 2011, aço inox 304, 173 x 118 x 51 cm, Danielian Galeria.
RAUL MOURÃO (Galeria Nara Roesler)
Raul Mourão (1967, Rio de Janeiro), expoente de uma geração que marcou o cenário carioca dos anos 1990, é reconhecido por sua produção multimídia, composta por desenhos, gravuras, pinturas, fotografias, vídeos, esculturas, instalações e performances, na qual se destaca seu olhar sempre permeado pelo senso de humor crítico sobre o espaço urbano.
Cabeça gaiola (versão 90mm), 2022, aço corten, 471 x 251 x 177 cm, Galeria Nara Roesler.
THOMAS SCHÖNAUER (Dan Galeria)
Na obra de Thomas Schönauer, a criação artística jamais se desvincula de um certo labor dos conceitos, de uma inquirição sobre o originário e o possível. Não à toa seu trabalho dissolve as fronteiras entre arte, ciência e filosofia, desdobrando uma particular dialética que agencia os processos do pensamento e da matéria na busca comum do despontar e vir a ser das coisas.
Cultivator 11, 2019, aço inoxidável com seis lentes, 110 x 225 x 167 cm, Dan Galeria.
TOZ (Galeria Movimento)
Tomaz Viana (1976, Salvador), o TOZ, é um artista brasileiro dedicado à pesquisa e experimentação do graffiti e à criação de telas e objetos, já tendo participado de várias exposições coletivas e individuais, no Brasil e no exterior. Ao longo da sua carreira, criou diversos personagens cujas cores e padronagens se espalham nos muros das cidades e das instituições culturais.
Alegria na praça, 2023, aço inoxidável, tecido, cordas e mosquetões de alpinismo, tecido de kitesurf de reaproveitamento, material vinílico reflexível (espelhado), caixas de som, 300 x 600 cm, Galeria Movimento.
ZÉ CARLOS GARCIA (Portas Vilaseca Galeria e Galeria Marilia Razuk)
A prática artística de Zé Carlos Garcia (1973, Aracaju) parte da investigação do corpo como peça central e da experiência como ação que altera a paisagem, passando por constante mudança morfológica, também através da adição de novos elementos.
Chorando Pitangas, 2023, Madeira entalhada (Pitangueira, poda urbana), 3,9 x 2 x 2 m, Portas Vilaseca Galeria.
