

Após uma reforma, revitalização e restauro de seis anos, o prédio secular que vai abrigar o novo Museu Vassouras – um marco na preservação do patrimônio e na revitalização cultural do Vale do Café, no Sul Fluminense – celebra a entrega do prédio e equipamento cultural para a cidade. A iniciativa é fruto do Instituto Vassouras Cultural – organização sem fins lucrativos fundada em 2017 por Ronaldo Cezar Coelho, e que atua na preservação e valorização da história, cultura e identidade do Vale do Café. Há sete anos, o imóvel que estava em ruínas vem sendo transformado em um centro cultural de referência, com propósito de ser um ambiente vivo e inspirador, onde, cultura, arte e educação caminham juntas para fortalecer laços na região e promover impacto social.
O museu promoverá uma visitação especial para o grande público no dia 31 de agosto, das 10h às 17h, com uma visita guiada pela diretora artística Catarina Duncan às 15h, permitindo que moradores e visitantes conheçam o edifício restaurado e sua história.
A inauguração da programação artística do museu, por sua vez, está prevista para novembro, com a grande exposição coletiva “Chegança”. Concebido como um centro cultural multidisciplinar, o museu propõe um diálogo entre a memória histórica e a produção artística contemporânea. Com curadoria de Marcelo Campos e assistência curatorial de Thayná Trindade, a mostra inaugural mergulha na história do Vale do Café a partir de celebrações populares, ritos, a trajetória do trem e conexões culturais da região, incluindo jongo, folia de reis e samba. A curadora Catarina Duncan assina a direção artística do Museu Vassouras.
Com 3.331 m² de área construída, o museu oferecerá salas expositivas, espaços educativos, ambiente multimídia, pátio, jardins, loja e café, compondo uma infraestrutura que alia preservação histórica e flexibilidade para exposições, atividades culturais, oficinas, palestras e apresentações.
A instituição dedica-se a celebrar a diversidade de vozes do território, valorizando a identidade cultural e histórica do Vale do Café. O espaço promoverá escuta ativa, troca de conhecimentos e diálogo criativo entre público e diferentes linguagens artísticas, com ações que mobilizam o território.
“O objetivo do museu é promover a cultura, a educação e o fortalecimento do território. Para alcançar esse objetivo, o engajamento e o pertencimento das comunidades do Vale no espaço são fundamentais”, observa Catarina Duncan.
O prédio abriga ainda o Memorial Judaico, que homenageia Benjamin Benatar e Morluf Levy, judeus sepultados no local no século XIX. Restaurado e integrado ao museu, o monumento oferece um espaço de reflexão sobre tolerância e memória histórica. A curadoria do memorial é de Ilana Feldman, especialista em políticas da memória. O paisagismo do memorial é de Roberto Burle Marx (1909 – 1994) e passou por uma renovação em conjunto com o escritório que leva o seu nome.
A arquitetura e restauro, são assinadas por Maurício Prochnik, e o projeto de interiores, liderado por Gabriela de Matos, ambos buscaram resgatar elementos originais do edifício, adaptando-o às demandas contemporâneas de um museu público. O paisagismo do museu, de Marcos Sá, incorpora espécies significativas da região, como a palmeira Pati, café e jabuticabeira, reforçando vínculos afetivos e históricos com o Vale do Café.