ArtRio 15a. edição | 10 a 14 de SETEMBRO de 2025 | MARINA DA GLÓRIA ArtRio 15a. edição | 10 a 14 de SETEMBRO de 2025 | MARINA DA GLÓRIA

MASP terá programação dedicada exclusivamente a mulheres em 2021

03/02/2021 - Por ArtRio

Seguindo a tradição de suas últimas exposições mobilizadas enquanto Histórias (como a “Histórias da dança” de 2020) e aproveitando a ocasião do bicentenário da independência do país, o MASP, Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand, dedicará a programação de 2021 e 2022 às Histórias brasileirasO biênio apresentará novas narrativas visuais, mais inclusivas, diversas e plurais sobre as histórias do Brasil, com diversas exposições individuais e uma grande coletiva, intitulada Histórias brasileiras, que será realizada em 2022, além de palestras, oficinas e publicações.

No ano de 2021, que serve como um prelúdio do biênio, a programação de exposições contemplará apenas individuais de artistas mulheres, começando com Conceição dos Bugres no primeiro semestre e seguindo com Erika Verzutti, Maria Martins e Gertrudes Altschul na segunda metade do ano. A sala de vídeo, no segundo subsolo, também abrigará somente trabalhos de mulheres artistas ou de coletivos com presença de mulheres: serão mostras de Ana Pi, Teto Preto, Regina Vater, Zahy Guajajara e Dominique Gonzalez-Foerster (único nome internacional da lista) ao longo do ano. No segundo andar, segue em exposição o Acervo em transformação, a mostra de longa duração da coleção do MASP. Por lá, parte das obras que pertencem ao museu são exibidas nos icônicos cavaletes de vidro – elaborados pela arquiteta Lina Bo Bardi (1914-1992) para o prédio do MASP na Avenida Paulista.

Conceição dos Bugres | 1º subsolo – abril de 2021 a janeiro de 2022

Conceição Freitas da Silva (Povinho de Santiago, Rio Grande do Sul, 1914 – Campo Grande, Mato Grosso do Sul, 1984) foi uma artista singular para a história da escultura no Brasil, reconhecida por sua produção dos chamados “bugres”, trabalhos comumente esculpidos em madeira e cobertos por cera de abelha ou parafina e tinta, mas que também podem ser realizados em pedra sabão ou arenito. Suas peças figuram personagens de tipo característico fundamentados na repetição do uso dos materiais e formas e na especificidade de seus traços.

Apesar de apresentarem um padrão que as define, as esculturas de Conceição dos Bugres têm subconjuntos variados e são dotadas de fortes e singulares personalidades, distinguíveis em relação a sutis e apuradas modificações na forma, mas também à expressão, das mais graves às mais serenas, revelando a excelência da artista.

Conceição dos Bugres tornou-se conhecida nos anos 1970. Roberto Pontual (1939-1994) foi um de seus principais publicizadores — ecoando o papel de divulgação iniciado por Humberto Espíndola e Aline Figueiredo. A artista recebeu reconhecimento pelo seu trabalho ainda em vida, aos mais de 50 anos, tendo participado da exposição Arte/Brasil/Hoje: 50 anos depois (Galeria da Collectio, 1972), curada por Roberto Pontual, no Rio de Janeiro, e da III Bienal Nacional (1974), em São Paulo. Entretanto, essa visibilidade nunca se converteu em ganhos materiais — Conceição Freitas da Silva faleceu pobre, em 1984. No MASP, a exposição de Conceição dos Bugres estará em
diálogo com nomes importantes da escultura no cenário de arte brasileira, como Erika Verzutti e Maria Martins. |  Curadoria: Amanda Carneiro, curadora assistente, MASP, Fernando Oliva, curador, MASP

Erika Verzutti | 2º subsolo – julho de 2021 a novembro de 2021

Em 2021 o MASP fará uma exposição dedicada ao trabalho da artista Erika Verzutti. A mostra será formada por trabalhos recentes e comissionados da artista, assim como obras importantes de sua trajetória.

Nascida em São Paulo em 1971 e graduada em desenho industrial pela Universidade Mackenzie (1991) e fez pós-graduação em Fine Arts no Goldsmiths College, onde em 2000 também obteve o título de Associate Research Student in Fine Arts. Verzutti começou a expor na metade da década de 1990 participando de mostras coletivas no país e, mais tarde, em mostras individuais em galerias nos Estados
Unidos e Japão. A artista participou da 32ª Bienal de São Paulo (2016), bem como da 57ª Bienal de Veneza (2017). Em 2019, Verzutti realizou uma exposição individual em uma das galerias do Centre Pompidou (França), com a curadoria da Christine Macel. | Curadoria: Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP, André Mesquita, curador, MASP

Maria Martins | 1º andar – agosto de 2021 a fevereiro de 2022 e Casa Roberto Marinho – março de 2022 a junho de 2022

O MASP, em parceria com a Casa Roberto Marinho, está organizando uma grande exposição dedicada à obra de Maria Martins (Campanha, MG, 1894—Rio de Janeiro, 1973). Trata-se de um projeto que busca revisitar a obra de uma das mais instigantes artistas do modernismo brasileiro e, desta maneira, reposicionar sua produção no contexto mais amplo dos modernismos brasileiros, latino-americanos e internacionais. Martins ficou conhecida por suas gravuras e esculturas em bronze que representam figuras híbridas e mitológicas. Em virtude de seu casamento com o embaixador Carlos Martins, a artista construiu boa parte de sua carreira fora do Brasil, tendo vivido em Nova York nos anos 1940, quando frequentou o grupo de surrealistas que viviam na cidade. As formas antropomórficas e orgânicas de seus trabalhos, assim como a sua abordagem única sobre o desejo e o erotismo por uma perspectiva feminina, são contribuições importantes para as sensibilidades surrealistas e seus desdobramentos para além dos Estados Unidos e da Europa. A mostra destacará o papel central e ativo de Martins no grupo dos surrealistas internacionais, contrariando as narrativas ofuscantes do envolvimento pessoal e artístico da artista com Marcel Duchamp. O projeto buscará analisar criticamente a interpretação singular das mitologias e visualidades amazônicas do início de sua carreira até a abordagem única da artista sobre o desejo feminino e o erotismo em seus trabalhos. | Curadoria: Isabella Rjeille, curadora, MASP

Gertrudes Altschul | 1º subsolo – agosto de 2021 a janeiro de 2022

Gertrudes Altschul (Alemanha, 1904 – São Paulo, Brasil, 1962) estudou belas artes em Berlim, onde viveu até 1939, quando migrou para o Brasil, junto com seu marido, fugindo, como muitas outras famílias judias, da perseguição nazista que estava crescendo cada vez mais. Em São Paulo, onde se estabeleceu, dividia seu tempo entre a produção de flores para chapéus, que eram distribuídas nas lojas de moda, e a prática da fotografia.

O MASP possuí em sua coleção 12 fotografias de Gertrudes Altschul, parte do Comodato MASP FCCB, que foram apresentadas na exposição Foto Cine Clube Bandeirante: do arquivo à rede, em 2016. O Museu de Arte de Nova York – MOMA possui 12 fotografias
vintage em sua coleção e obras da artista farão parte de uma exposição sobre fotografia moderna brasileira no museu curada por Sarah Meister. A exposição no MASP irá apresentar fotografias da artista da coleção do museu e outras emprestadas do espólio da família da artista, cobrindo toda sua carreira. | Curadoria: Adriano Pedrosa, diretor artístico, MASP, Tomás Toledo, curador-chefe, MASP

Sala de vídeo | 2º subsolo

Em diálogo com o ciclo temático do ano, o programa de vídeos em 2021 pretende incitar discussões sobre assuntos que envolvem a arte brasileira. Sob o olhar de artistas mulheres, com origens e culturas diversas, e explorando as diferentes linguagens do vídeo, a Sala de
vídeo apresentará trabalhos de Ana Pi, Teto Preto e Zahy Guajajara, encerrando a programação com Dominique Gonzalez-Foerster, a única estrangeira entre elas, que com trabalhos produzidos no Brasil soma-se às artistas contemporâneas uma mostra dedicada aos vídeos dos anos 1970 de Regina Vater, artista fundamental na história da videoarte no Brasil.

5/2/21 – 28/3/21: Ana Pi (Belo Horizonte, 1983)
9/4/21 – 20/6/21: Teto Preto (grupo formado em São Paulo, 2014)
2/7/21 – 15/8/21: Regina Vater (Rio de Janeiro, 1943)
27/8/21 – 7/12/21: Zahy Guajajara (Aldeia Colônia, Reserva Indígena Cana Brava, Maranhão, 1989)
19/12/21 – sem data de encerramento confirmada: Dominique Gonzalez-Foerster (Estrasburgo, França, 1965)


MASP, Av. Paulista, 1578, São Paulo, SP
Ingressos: R$ 45 (entrada); R$ 22 (meia-entrada)
Agendamento online obrigatório pelo link masp.org.br/ingressos
O MASP tem entrada gratuita às terças-feiras e nas primeiras quartas-feiras de cada mês, durante o dia todo.


Na imagem: esculturas de Conceição dos Bugres

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