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Marcela Cantuária inaugura a individual “Transmutação: alquimia e resistência”

13/04/2024 - Por ArtRio

Um dos nomes de maior destaque da cena de artes visuais da atualidade, Marcela Cantuária inaugura, no dia 17 de abril no Paço Imperial, a exposição “Transmutação: alquimia e resistência”, com obras recentes e inéditas. Com curadoria de Aldones Nino e assistência curatorial de Andressa Rocha, a mostra terá cerca de 20 obras da artista carioca, que há cinco anos não faz uma exposição individual no Rio de Janeiro.

“Cantuária não se limita a pintar; ela conjura, diariamente engajando-se em uma prática que se assemelha à magia, capaz de remodelar a realidade, redefinir narrativas e transformar perspectivas. Como uma alquimista contemporânea, cada tela age como um encantamento, um chamado à reflexão e à transformação. Ela propõe uma reinvenção constante da criação artística, estabelecendo conexões entre múltiplas temporalidades”, afirmam os curadores no texto que acompanha a exposição.

A mostra terá trabalhos produzidos desde 2016 até os dias atuais, sendo três inéditos, realizados especialmente para esta exposição. As obras trazem questões como o protagonismo político feminino, a luta de classes e a divisão de poderes. Elas também evidenciam a diversidade de técnicas utilizadas pela artista ao longo dos anos, caminhando da tela para o espaço por meio da utilização de mídias como tecido, madeira e cerâmica. “A exposição vai abordar diversos momentos da minha trajetória, desde onde a minha pintura começa, até onde estou neste momento”, conta a artista.

Dentre as obras inéditas, estão duas pinturas de “Mátria Livre”, pesquisa que a artista desenvolve há oito anos, elaborando, por meio de um vocabulário plástico-formal, narrativas sobre como reencantar figuras femininas de luta contra o capital, o colonialismo e o patriarcado. A espinha dorsal da série consiste em reverenciar aquelas que construíram e disputaram espaços na política, lutando com teoria e prática. As novas pinturas trazem a poeta grega Safo, que viveu na ilha de Lesbos, e Marleide Vieira, militante do MST de Pernambuco, assassinada no ano passado pelo marido ao pedir o divórcio.

“Represento mulheres que inspiram ações, trazendo a minha perspectiva, mostrando principalmente a força feminina. São imagens de mulheres que, na maioria dos casos, existem ou existiram enquanto lutadoras. É como criar um panteão dessas mulheres, lugar de merecimento e de imortalidade também”, afirma a artista.

Além das pinturas, estará em destaque na exposição a obra “A grande benéfica” (2021), um autorretrato da artista, pintado sobre biombo, medindo 1,80m X 1,80m. “Será uma imagem ícone da exposição. Essa obra fala muito da relação que eu tenho com o tarô, fiz uma releitura da carta dois de copas, que representa o romance, e da carta do mundo, que é a realização, o ciclo, e mesclei com partes íntimas da minha vida”, conta Marcela Cantuária. “Esta obra evidencia sua estratégia de questionar e encenar junto aos espectadores as possibilidades de representação de sua identidade: enquanto ela apresenta um olhar combativo e direto em uma das faces do biombo, na outra observamos Cantuária em uma posição celebratória, em uma espécie de comunhão com o espaço onde se encontra”, ressaltam os curadores.

O nome da exposição, “Transmutação: alquimia e resistência”, é repleto de significados, assim como as obras. “Sua produção, imbuída de simbolismo e intencionalidade, remete à prática da alquimia não apenas pela transformação de materiais — que se estende além dos tradicionais pigmentos, pincéis e telas para incluir madeira e cerâmica — mas também em sua busca constante por saberes e narrativas circunscritas à margem da retórica hegemônica, na exploração do potencial humano e na revelação de outras histórias. Tais trabalhos mergulham profundamente na realidade latino-americana, discutindo e salientando questões sociais e políticas”, afirmam os curadores.

A exposição “Transmutação: alquimia e resistência”, de Marcela Cantuária, será inaugurada nesta quarta-feira (17/04), das 15h às 18h, e segue até 7 de julho de 2024. O Paço Imperial fica na Praça XV de Novembro, 48 – Centro – Rio de Janeiro. Funcionamento: de terça a domingo e feriados, das 12h às 18h. Entrada gratuita.

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