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Lenora de Barros apresenta performance na Anita Schwartz Galeria de Arte

20/03/2025 - Por ArtRio

No dia 21 de março, às 19h, uma apresentação performática da artista visual e poeta paulistana Lenora de Barros marcará o encerramento da exposição coletiva Inatividade contemplativa, curada por Cecília Fortes e inaugurada em janeiro na Anita Schwartz Galeria de Arte. A artista conjuga palavra, som e imagem em performances, fotografias, vídeos e instalações.

A obra “Só por es-tar” (impressão jato de tinta sobre papel de algodão, 2009) – que integra a mostra – resulta da composição de frames de um vídeo realizado por Lenora, que escreve nas solas de seus pés um poema de autoria própria: “Estar em si, só por estar saltitando sobre as sílabas do silêncio”.

“Minha ideia é projetar o vídeo no teto da galeria e fazer uma performance vocal em sincronia com o movimento das imagens”, revela Lenora, que acaba de chegar da Alemanha onde participou da inauguração da exposição Para ver em voz alta, sua primeira grande individual naquele país, que ocupa o centro de artes Badischer Kunstverein.

Lenora cria poemas visuais em que materializa as palavras, interagindo fisicamente com as letras, impregnando seu rosto e seus gestos de sentidos, sensações e sons. Por vezes, as partes do corpo surgem como símbolos diretos: a boca como lugar do discurso, a língua como linguagem, os olhos como visão. Nas performances, a artista
é sujeito e objeto de suas ações.

“Byung-Chul Han pondera sobre a importância da inatividade para o ser humano e argumenta que onde impera apenas o esquema de estímulo e reação, objetivo e ação, a vida se reduz à sobrevivência. Se perdemos a capacidade para a inatividade, nos igualamos a uma máquina. Sem repouso, o ser humano se esvai de vitalidade e perde o divino”, observa Cecília Fortes.

“No final do livro Vita contemplativa: ou sobre a inatividade, Han cita Novalis (pseudônimo de um poeta e filósofo alemão, do final do século XVIII), que falava sobre como a poesia reúne as pessoas em comunidade, em
torno do exercício fundamental da escuta. Para ele, o momento da escuta é um tempo de introjeção e de reconexão com o outro, simultaneamente. Não poderíamos ter um desfecho melhor para a exposição do que a performance poética da Lenora’”, finaliza a curadora.

Sobre a artista
Lenora de Barros, São Paulo, SP, 1953

Artista visual e poeta, Lenora de Barros iniciou sua carreira na década de 1970. Formada em Linguística pela USP – Universidade de São Paulo, suas primeiras obras podem ser colocadas no campo da “poesia visual”, associada à poesia concreta da década de 1950. Em 1983, publicou o livro Onde Se Vê, conjunto de poemas um tanto incomuns. Alguns deles dispensavam o uso de palavras, sendo construídos como sequências fotográficas de atos performáticos.

No mesmo ano, participou com poemas visuais em videotexto da 17ª Bienal Internacional de São Paulo. Desde então, Lenora construiu uma poética marcada pelo uso de diversas linguagens: vídeo, performance, fotografia, instalação sonora e construção de objetos.

Em 1990, mudou-se para Milão, na Itália, onde permaneceu por um ano, momento em que realizou sua primeira exposição individual, Poesia É Coisa de Nada, na Galeria Mercato del Sale. Na mostra, inaugurou a série de trabalhos Ping-Poems ao espalhar cinco mil bolas de ping-pong no chão da galeria com a frase-título impressa. Entre 1993 e 1996, assinou uma coluna experimental no Jornal da Tarde, em São Paulo, intitulada … umas. Nesse espaço nasceram obras e ideias que se transformariam em vídeos e fotoperformances autônomas ao longo dos próximos anos. Em 2013, as 65
colunas e 2 vídeoperformances foram exibidas pela primeira vez na Casa Laura Alvim, no Rio de Janeiro, e em 2014 foram apresentadas no Pivô, em São Paulo.

Suas exposições coletivas e individuais mais importantes incluem a participação na 59ª Bienal de Veneza – The Milk of Dreams (Veneza, 2022), Não Vejo a Hora, na Galeria Gomide&Co (São Paulo, 2023), Minha Língua, na Pinacoteca do Estado de São Paulo (2022), RETROMEMÓRIA, no MAM-SP – Museu de Arte Moderna de São Paulo (2022), Tools for Utopia: Selected works from the Daros Latinamerica Collection, no Kunstmuseum Bern (Berna, 2020), Mulheres Radicais: Arte Latino-Americana, 1960-1985, curada por Cecilia Fajardo-Hill e Andrea Giunta no Hammer Museum, em Los Angeles, e no Brooklyn Museum, em Nova Iorque (2018), Pinacoteca do Estado de São Paulo (2018), ISSOÉOSSODISSO, na Oficina Cultural Oswald de Andrade (São Paulo, 2016), 11ª Bienal de Lyon (França, 2011), além da participação na 17ª, 24ª e 30ª edições da Bienal Internacional de São Paulo (1983, 1998 e 2012).

Sua obra faz parte de importantes coleções no Brasil e em diversos países, entre elas a do Hammer Museum (CA, EUA), MACBA – Museo de Arte Contemporâneo de Barcelona (Espanha), Daros Latinamerica Collection (Suíça), Museo Nacional Centro de Arte Reina Sofía (Espanha), MAM-SP e Pinacoteca do Estado de São Paulo.

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