Jaime Lauriano e Priscila Rooxo conversam com Paulo Herkenhoff no ArtRio Convida
Atualização: assista ao vídeo da conversa entre Jaime Lauriano, Priscila Rooxo e o curador Paulo Herkenhoff aqui!
A segunda edição do ArtRio Convida será dedicada ao Prêmio FOCO, a residências artísticas e seu impacto na carreira e trajetória de artistas em diferentes fases de suas carreiras. Os convidados serão Jaime Lauriano, Priscila Rooxo e o curador Paulo Herkenhoff, em uma conversa mediada por Lucas Albuquerque.
A segunda edição do ArtRio Convida está confirmada para o dia 21 de junho, quarta-feira, a partir das 19h, ao vivo no Instagram da ArtRio @artrio_art. A conversa terá como tema o impacto e a importâncias das residências artísticas e das premiações no crescimento e na trajetória dos artistas em suas diferentes fases de carreira.
Participam dessa edição dois vencedores do Prêmio FOCO – os artistas Jaime Lauriano, que participou em 2016, e Priscila Rooxo, de 2022. O Prêmio FOCO é dedicado a artistas com até 15 anos de carreira e uma importante meta da premiação é estimular o desenvolvimento e o crescimento profissional. Eles conversarão com o curador Paulo Herkenhoff, conselheiro de projetos de pesquisa e curadoria do Instituto Inclusartiz. A mediação será do também curador Lucas Albuquerque, coordenador de residências artísticas do Instituto Inclusartiz.
O ArtRio Convida tem uma agenda de encontros ao longo do ano para debater temas de relevância para o segmento de arte no país. A cada edição, um profissional do mercado de arte será convidado pela ArtRio a participar, e ele convidará outro profissional para a conversa. “Criamos essa agenda para estimular as conversas e trocas entre profissionais que atuam nas diversas áreas do mercado de arte. Dessa forma podemos enriquecer a atuação com uma visão mais plural e reforçando a importância da atuando em conjunto de todas essas áreas”, completa Brenda Valansi, presidente da ArtRio.
O evento é transmitido online ao vivo no instagram da ArtRio ( https://www.instagram.com/artrio_art/ )
ArtRio Convida – 2ª Edição!
Jaime Lauriano e Pricila Rooxo conversam como curador Paulo Herkenhoff
Mediação de Lucas Albuquerque
Data e horário: 21 de junho, às 19h
Transmissão ao vivo em @artrio_art
Conheça os convidados dessa edição!
Paulo Herkenhoff (1949, ES)
Paulo Herkenhoff nasceu em 1949, em Cachoeiro de Itapemirim, no Espírito Santo. Vive e trabalha no Rio de Janeiro. É curador e crítico de arte. Entre 1985 e 1990, foi curador-chefe do Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro (MAM Rio). Em 1997, foi responsável pela curadoria do pavilhão brasileiro na 47ª Bienal de Veneza e, em 1998, foi o curador da 24ª Bienal de São Paulo – conhecida como a Bienal da Antropofagia. Foi curador-adjunto do Departamento de Pintura e Escultura do Museum of Modern Art (MoMA) de Nova York, de 1999 a 2002, um dos poucos brasileiros a ocupar esse cargo na instituição. No ano seguinte, foi diretor do Museu Nacional de Belas Artes, no Rio de Janeiro, cargo que ocupou durante três anos. Em 2007, integrou o comitê de escolha do curador da Documenta 12. Herkenhoff foi o primeiro diretor cultural do Museu de Arte do Rio (MAR), fundado em março de 2013, na região portuária da cidade, no qual ficou até 2016.
Um dos críticos e pensadores mais relevantes do país, fez palestras em várias universidades e publicou artigos em diversas revistas, catálogos de exposições e livros de instituições, incluindo a Tate Modern (Londres), o Centre Georges Pompidou (Paris), a Fundació Antoni Tàpies (Barcelona), além da Universidade Harvard e do Studio Museum Harlem, nos Estados Unidos. Produziu livros de artistas contemporâneos, como Cildo Meireles, Maria Leontina, Antonio Dias e Beatriz Milhazes, e foi autor de produções importantes com olhar renovador sobre a arte, como O Brasil e os holandeses 1630-1654; Arte brasileira na coleção Fadel; e Biblioteca Nacional, a história uma coleção. Nos últimos anos, liderou a valorização da participação de artistas negros nas coleções dos grandes museus.
Jaime Lauriano (1985, SP)
Por meio de vídeos, instalações, objetos e textos, Jaime Lauriano (n. 1985, São Paulo, Brasil) revisita os símbolos, imagens e mitos formadores do imaginário da sociedade brasileira, tensionando-os a partir de proposições críticas capazes de revelar como as estruturas coloniais do passado reverberam na necropolítica contemporânea. Lauriano aborda as formas de violência cotidiana que perpassam a história brasileira desde sua invasão pelos portugueses, centrando-se, com especial perversidade, em indivíduos racializados. Nesse sentido, o artista se debruça sobre os traumas históricos de nossa cultura, compreendendo suas complexidades a partir do agenciamento de imagens e discursos provenientes das mais diversas fontes, sejam aquelas tidas como oficiais, como veículos de comunicação e propagandas de Estado; como as extra oficiais, como vídeos de linchamentos compartilhados pela internet.
Sua crítica se estende da macropolítica das esferas do poder oficial à micropolítica. Lauriano pensa o trauma não só em sua dimensão temporal, mas também espacial, valendo-se de formas de mapeamento a fim de questionar as disputas e construções territoriais coloniais. Outra dimensão de seu trabalho é a conexão com religiões ancestrais de matriz africana. O artista emprega signos e símbolos desses rituais, como a pemba branca, utilizada na feitura de seus mapas, compreendendo como a esfera religiosa foi fundamental para a resistência dos escravizados, servindo como espaço de manutenção de suas relações com o território ancestral.
Jaime Lauriano vive e trabalha em São Paulo. Suas exposições individuais incluem: Paraíso da miragem, em colaboração com silêncio coletivo, na Kubik Gallery (2022), em Porto, Portugal; Marcas, na Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj) (2018), em Recife, Brasil; Brinquedo de furar moletom, no Museu de Arte Contemporânea de Niterói (MAC-Niterói) (2018), em Niterói, Brasil; Nessa terra, em se plantando, tudo dá, Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB-RJ) (2015), no Rio de Janeiro, Brasil; e Impedimento, no Centro Cultural São Paulo (CCSP) (2014), em São Paulo, Brasil. Lauriano apresentou trabalhos no 37º Panorama da Arte Brasileira, São Paulo, Brasil (2022); e na 11a Bienal do Mercosul, Porto Alegre, Brasil (2018). Participação em exposições coletivas incluem: Histórias brasileiras, no Museu de Arte de São Paulo (MASP) (2022), em São Paulo, Brasil; Afro-Atlantic Histories, no National Gallery of Art (2022), em Washington DC, Estados Unidos e no Museum of Fine Arts (MFAH) (2022), em Houston, Estados Unidos; Quem não luta tá morto – arte democracia utopia, no Museu de Arte do Rio (MAR) (2018), no Rio de Janeiro, Brasil; Levantes, no SESC Pinheiros (2017), em São Paulo, Brasil; Territórios: Artistas afrodescendentes no acervo da Pinacoteca, na Pinacoteca do Estado de São Paulo (2015), em São Paulo, Brasil. Seus trabalhos podem ser encontrados em coleções institucionais, tais como: Fundação Joaquim Nabuco (Fundaj), Recife, Brasil; Museu de Arte do Rio (MAR), Rio de Janeiro, Brasil; Museu de Arte de São Paulo (MASP), São Paulo, Brasil; Pinacoteca do Estado de São Paulo, São Paulo, Brasil; e Schoepflin Stiftung, Lörrach, Alemanha.
Priscila Rooxo (2001, RJ)
Priscila Rooxo é artista visual, cria de São João de Meriti, mas atual moradora de Mesquita. Com apenas 17 anos, Rooxo recebeu uma bolsa de estudos em Pintura pela conceituada Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Em 2021, ingressou na Universidade Estadual Do Rio de Janeiro (UERJ) onde frequenta o curso de Artes Visuais ao mesmo tempo em que mantém a colaboração regular com organizações e movimentos cívicos. Em setembro de 2022, a artista, uma das mais jovens e promissoras a trabalhar atualmente no Brasil, recebeu o Prémio FOCO, na ArtRio, e também apresentou a exposição individual “A Mãe ta On” no Stand da Rede NAMI na ArtSampa.
A sua obra reflete sobre questões territoriais, de género e de classe que marcam a região onde vive e trabalha, conhecida pelos altos índices de violência e criminalidade, assim como pela carência de serviços básicos e infraestruturas. Radicadas numa prática ativista e crítica, as pinturas de Priscila Rooxo exploram temas como a pobreza, a exclusão social, o reconhecimento do papel da mulher na sociedade, o corpo periférico e a sua relação com ideias de pertencimento e visibilidade social, subvertendo as habituais classificações da cultura e as distinções, nomeadamente entre alta cultura e cultura de massa. A prática de Rooxo é visivelmente influenciada pela ‘pichação’ (graffiti) e pelas manifestações culturais associadas à periferia carioca.
Lucas Albuquerque (mediador)
Bacharel em História da Arte pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro e mestrando em Processos Artísticos pela Universidade do Estado do Rio de Janeiro. É curador independente e pesquisador, tendo sido curador-organizador da Galeria Aymoré (Rio de Janeiro). Realizou a curadoria das exposições “Gamboa: nossos caminhos não se cruzaram por acaso”, no Instituto Inclusartiz, (2022) “Reparar horizontes, convergir gestos” (2021), no Espaço Cultural Oásis; “Futuração” (2021), “Bordas da ausência” (2019) e “Plural – sob os excertos da matéria” (2018), na Galeria Aymoré; e “Portas e janelas: Arvin Widder” (2018), no Museu do Ingá, além de outras individuais e coletivas. Atualmente, é também coordenador do programa de residências artísticas do Instituto Inclusartiz, estabelecendo conexões com artistas, curadores e pesquisadores entre o Rio de Janeiro (Instituto Inclusartiz), Londres (Delfina Foundation) e Amsterdã (Rijksakademie). Desenvolveu a pesquisa “As relações entre melancolia e nostalgia no filme Sixty six”, sobre o cineasta americano Lewis Klahr. No mestrado, desenvolve a sua dissertação realizando uma investigação sobre a produção final de Harun Farocki, refletindo sobre a imagem digital e a interseção entre guerra, entretenimento e mídia.