Exposição que comemora 100 anos de Lygia Clark é eleita melhor retrospectiva pela APCA
apA exposição “Lygia Clark (1920-1988) 100 anos” da Pinakotheke Cultural que passou pelo Rio de Janeiro e São Paulo entre agosto de 2021 e janeiro desse ano, acaba de ser escolhida como a melhor retrospectiva do ano pela Associação Paulista de Críticos de Artes (APCA), em decisão da assembleia virtual ontem, 31 de janeiro.
Com curadoria de Max Perlingeiro, “Lygia Clark (1920-1988) 100 anos” reuniu aproximadamente 100 obras da artista, entre pinturas, desenhos, gravuras, bichos, trepantes, obra mole, casulo, objetos relacionais, fotografias e documentos, em sua quase totalidade inéditas ao público brasileiro. “A Pinakotheke se sente honrada por ter sido premiada com Lygia Clark, e estarmos juntos de grandes nomes como Rita Lee, Jaider Esbell e Tunga. A memória e o legado de Lygia seguem vivos por mais 100 anos”, diz Max Perlingeiro.
A mostra obedeceu a uma cronologia, dividida em 17 ordens conceituais que compõem a sua trajetória de artista: “Escadas” (1947), “Kleemania” (1952), “Quebra da Moldura” (1954), “Linha Orgânica”(1954), “Arte/Arquitetura” (1955), “Superfície modulada”(1955-1956), “Planos em superfície modulada Série A”(1957), “Planos em superfície modulada Série B” (1958), “Espaço modulado” (1958), “Unidade”(1958), “Ovo linear” (1958), “Contra relevo” (1959), “Casulo” (1959), “Bicho” (1960-1964), “Obra mole” (1964), “Trepante” (1965) e “Objetos relacionais” (1968-1973). Para cada um desses segmentos, o público pôde seguir textos de parede escritos pelo crítico Paulo Herkenhoff, que auxiliaram a compreensão e a evolução do pensamento da artista e suas criações.
A exposição trouxe também outras preciosidades, como a recriação, a partir de uma fotografia, da montagem das “7 Unidades”, de Lygia Clark, na “Mostra Neoconcreta” (1958), no Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, onde a artista está sentada na cadeira desenhada por Abraham Palatnik (década de 1950, para a fábrica de móveis Arte Viva). As obras e a cadeira estiveram exatamente na mesma posição da fotografia, que pôde ser vista na exposição e no livro que a acompanha.
Para quem não pôde ir na exposição, o livro que a acompanha pode ser encontrado nas principais livrarias do país, nas sedes da Pinakotheke Cultural em São Paulo e no Rio de Janeiro, e na Galeria Multiarte, em Fortaleza. Com o mesmo título da exposição, a publicação é bilíngue e traz textos críticos inéditos, imagens e informações sobre as obras, uma seleção da correspondência pessoal entre Lygia e amigos artistas e intelectuais, e uma cronologia resumida atualizada, a publicação tem tiragem de 1.500 exemplares, e custa R$ 180.
Na imagem: Pensamento mudo, anos 1970. Crédito Associação Cultural Lygia Clark