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Encontro de escritores e artistas indígenas no MAR e Casa de Rui Barbosa

16/10/2025 - Por ArtRio

Completando 20 anos, o “Encontro de escritores e artistas indígenas” será realizado nos dias 15, 16 e 17 de outubro de 2025 no Museu de Arte do Rio (MAR) e no dia 18 de outubro na Fundação Casa de Rui Barbosa. Idealizado pelo escritor e educador Daniel Munduruku, com a coordenação da professora de literatura da Universidade Federal Fluminense (UFF), Claudete Daflon, em parceria com a Coordenação de Pesquisa e Políticas Culturais do Museu Nacional dos Povos Indígenas (MNPI), o evento conta com a realização do Ministério da Cultura (MinC), por meio da Secretaria de Formação Artística e Cultural, Livro e Leitura (Sefli) e apoio da Fundação Casa de Rui Barbosa, com o apoio do Ministério dos Povos Indígenas (MPI), por meio do Museu Nacional dos Povos Indígenas, órgão científico-cultural da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai). A ação tem como ponto de partida o protagonismo indígena na área cultural. A programação inclui mesas de conversas, lançamentos de livros, roda de poesia, apresentações musicais, oficinas de ilustração e atividades para crianças, tudo de graça e aberto ao público.

“Ao completar seu 20º Encontro, queremos celebrar os muitos avanços que foram acontecendo na sociedade brasileira, o aumento numérico de escritores e artistas indígenas, a abertura do mercado editorial e livreiro, as políticas públicas que se desenvolveram a partir desse feito, os prêmios e reconhecimentos recebidos pelos autores e autoras, o virtuoso aumento de publicações universitárias trazendo a literatura como objeto de pesquisa, o ingresso do primeiro escritor indígena na academia brasileira de letras, entre outras tantas conquistas”, afirma Daniel Munduruku.

“O Encontro de Escritores e Artistas Indígenas é um território sagrado da literatura indígena no Brasil. Desde sua primeira edição em 2004, sob a liderança e “curandoria” do escritor Daniel Munduruku, o Encontro tem sido um ambiente não apenas de difusão e de celebração da literatura indígena. Ele é também um espaço político que reúne escritores e ilustradores, confluindo arte e literatura, criação e difusão das cosmovisões, narrativas, histórias, memórias, expressões, manifestações, artes, ofícios, saberes e fazeres dos povos indígenas do Brasil. Nestes termos, o Encontro tem sido um ambiente para o aprimoramento das políticas públicas de fomento ao livro, à leitura e à literatura, mas também para o próprio mercado editorial brasileiro. Numa leitura breve, podemos afirmar que o cenário e a produção da literatura indígena no Brasil é outro, com um número cada vez mais crescente de escritores e escritoras com títulos publicados e compondo políticas como as do PNLD Literário e PNLD Equidade do Ministério da Educação e da Política Nacional Aldir Blanc de Fomento à Cultura (PNAB) do Ministério da Cultura. Ou seja, o papel político e social do Encontro de Escritores e Artistas Indígenas tem sido fundamental para a promoção da bibliodiversidade, no sentido das múltiplas vozes e territórios, compreendendo a literatura como tradução da diversidade. Não há literatura brasileira sem a literatura indígena, porque, ela própria, é a expressão mais originária e ancestral de nossa formação histórica e cultural. Portanto, compreendemos este Encontro como um projeto de políticas públicas como parte do Plano Nacional de Livro e Leitura (PNLL) e nesta percepção que o MinC se insere, por meio da Secretaria de Formação Artística e Cultural, Livro e Leitura, envolvendo a Fundação Casa de Rui Barbosa e a Secretaria de Cidadania e Diversidade Cultural”, enfatiza o secretário Fabiano Piúba da SEFLI/MinC.

A edição deste ano acontece ampliada, com mais participantes, e inclui atividades educativas voltadas para a formação de professores. Nos dias 15, 16 e 17, o Museu de Arte do Rio receberá mais de 30 escritores e artistas indígenas de diferentes povos e biomas do Brasil. Essa grande aldeia cultural contará com personalidades indígenas de destaque, como Gustavo Caboco, artista plástico e criador do Selo Editorial Picada; Fernanda Kaingang, advogada, escritora, arte educadora e doutora pela Universidade de Leiden-Holanda; Ademário Payayá, dramaturgo e escritor; Jaime Diakara, professor, escritor e ilustrador; Eva Potiguara, escritora; Moara Tupinambá, poeta e artista plástica; Uziel Guayné, artista plástico e escritor do Povo Maraguá/AM, as lideranças indígenas Marcos Terena, Catarina Tupi Guarani e Darlene Taukane, entre muitos outros. Na abertura oficial do evento, haverá a conferência “Vozes Ancestrais: O tênue fio entre literatura e oralidade”, com Daniel Munduruku, curador do evento, escritor, educador e fundador do Selo Uka Editoria.

No dia 18 de outubro, último dia do encontro, acontecerá a etapa cultural na Fundação Casa de Rui Barbosa, com apresentações musicais, oficinas de ilustração, atividades para crianças, contação de histórias, roda de poesia e feira de artesanato e de livros indígenas. Será um dia cultural para toda a família.

“O encontro é um espaço de protagonismo indígena, em especial no que diz respeito à literatura e às artes. Em sua longa jornada, o encontro desembarca dessa vez em palcos importantes da cultura na cidade do Rio de Janeiro como é o caso do MAR. Como parte da programação do Rio Capital Mundial do Livro, o Encontro de Escritores e Artistas Indígenas é um sopro de vitalidade e renovação na cena literária e artística de nosso país. Oportunidade de rever determinados processos históricos e entender que existem outras formas de conhecimento, outras línguas, outros exercícios de cultura que formam a diversidade de um país como o Brasil”, ressalta a professora Claudete Daflon, coordenadora do evento.

Segundo a diretora do Museu Nacional dos Povos Indígenas, Juliana Tupinambá, “a escrita indígena é uma flecha lançada da memória e do território. Por meio dela, nossos saberes e modos de ver o mundo ganham voz e caminho, atravessando o papel para reafirmar que seguimos vivos, criando e narrando. Escrever é também um ato de resistência contra a tentativa de nos reduzir a estereótipos ou a imagens fixadas no passado. Cada palavra escrita por mãos indígenas ajuda a desconstruir a fenotipização e a invisibilidade impostas a nossos povos. A literatura indígena é caminho para um país que reconhece sua verdadeira diversidade, livre de preconceitos e do racismo que ainda insiste em silenciar nossas histórias”.

O “XX Encontro de escritores e artistas indígenas” é executado pelo Programa de Pós-Graduação de Estudos Literatura (Universidade Federal Fluminense) e Museu Nacional dos Povos Indígenas – FUNAI, com a realização do Ministério da Cultura (MinC), por meio da Secretaria de Formação Artística e Cultural, Livro e Leitura (Sefli), e da Fundação Casa de Rui Barbosa. Apoio: Rio Capital Mundial do Livro, Biblioteca Nacional e UNESCO.

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