A Silvia Cintra + Box4 apresenta “Recorte de sol sobre palco em penumbra”, a primeira exposição individual de Elvis Almeida na galeria, que abre ao público no dia 23 de maio de 2024. A mostra é composta de 16 pinturas inéditas que contemplam a sua mais recente produção artística, que derivam da observação da refração dos raios solares que invadiram a penumbra do ateliê do artista, localizado em Ramos, bairro do subúrbio carioca, em meio a um calor debilitante que deve facilmente ultrapassar os 40 graus – ou pelo menos essa é a sensação de Elvis.
O título da exposição funciona como uma metáfora, na qual o artista relaciona o ateliê com o palco de um teatro. O repentino recorte de sol o presenteou com um cenário pronto, abrindo as cortinas vermelhas. As pinturas, não seriam nada além da encenação de um ator – ou melhor, de um pintor – que tenta acompanhar, com gestos, formas, sentimentos e cores, os vestígios de uma projeção luminosa que rapidamente se dissipa. Elvis evidencia como a pintura pode ser um exercício de observação sobre o mundo em nossa volta, e para compartilhar de sua perspectiva conosco, cria esse cenário que fala sobre espaço, tempo e memória.
Em suas obras, percebemos uma busca constante pelo instante fugidio, efêmero, incapaz de ser traduzido de forma plena. Talvez por esse motivo, as cores vibrantes e as repetições de padrões sejam a forma que encontra para materializar e ultrapassar essa incapacidade tácita. Em seu processo, procura sempre colocar-se em uma situação de instabilidade. Sem projetos, esboços ou modelos, essa estratégia permite que procure soluções ao longo do percurso. Talvez a grandeza da obra de Elvis seja o fato de nos tornarmos insignificantes diante dela, por suas qualidades indecifráveis e impermanentes.
A abertura acontece no dia 23 de maio, das 19h às 22h. A Silvia Cintra + Box4 fica na Rua das Acácias, 104 – Gávea. Funcionamento: de segunda a sexta das 10h às 19h, e sábado de 12h às 16h. Entrada gratuita.
Sobre o artista
Elvis Almeida nasceu em 1985 no Rio de Janeiro, onde vive e trabalha. Graduou-se em Gravura na UFRJ (2013) e frequentou cursos de Serigrafia na EAV Parque Lage e de História da Arte nas Redes da Maré, todos no Rio de Janeiro. Suas exposições individuais incluem: Revelação durante o nascimento de uma gota, Paço Imperial, (Rio de Janeiro, 2018); O cotidiano das estruturas familiares, Projeto Tech_Nô, Oi Futuro Flamengo (Rio de Janeiro, 2017); Certezas para dobrar, Mercedes Viegas Arte Contemporânea (Rio de Janeiro, 2016); Uma cidade de xapisco dividida por um muro de cau, Amarelonegro Arte Contemporânea (Rio de Janeiro, 2010).
Entre as coletivas, destacam-se: Funk: Um dia de ousadia e Liberdade, Museu de Arte do Rio (Rio de Janeiro, 2023/2024); Cidade Mec Nic, Tropigalpão (Rio de Janeiro, 2022); Dia, noite, noite, Galpão Lapa (São Paulo, 2020); O Negócio da Alma, Centro Cultural dos Correios, (Rio de Janeiro, 2019); Pintura, Caixa Cultural (Rio de Janeiro, 2017); Um Desassossego, Galeria Estação (São Paulo, 2016); Oito artistas, Mendes Wood DM (São Paulo, 2016); Gramática Urbana, Centro de Arte Hélio Oiticica (Rio de Janeiro, 2012); Arte Pará, Fundação Romulo Maiorana (Belém, 2011); Reality Reimagined, Modified Arts (Phoenix, 2010); Abre Alas 6, A Gentil Carioca (Rio de Janeiro, 2010); VI Bienal Internacional de Arte SIART (La Paz, 2009); Iluminando o Novo, Largo das Artes e Espaço Furnas Cultural (Rio de Janeiro, 2009).