ArtRio 15a. edição | 10 a 14 de SETEMBRO de 2025 | MARINA DA GLÓRIA ArtRio 15a. edição | 10 a 14 de SETEMBRO de 2025 | MARINA DA GLÓRIA

Conheça os artistas do programa SOLO

23/09/2024 - Por ArtRio

O curador Ademar Britto selecionou 10 galerias para participarem do programa SOLO da ArtRio 2024. Cada galeria apresentará um projeto original de um único artista. É uma oportunidade para o público conhecer a produção dos artistas com uma linha curatorial definida produções recentes de artistas em diferentes momentos de carreira e com diferentes técnicas.

As galerias do SOLO estarão no pavilhão MAR, construído na área externa da ArtRio, projetado exclusivamente para o evento pelo arquiteto Pedro Évora.

Sobre o curador Ademar Britto

Ademar Britto Junior é curador com formação em Estudos Curatoriais pela Escola de Artes Visuais do Parque Lage / Rio de Janeiro, além de ter frequentado como aluno especial o Programa de Pós-graduação em Artes Visuais da Universidade Federal do Rio de Janeiro. Tem realizado textos críticos e exposições tanto de artistas emergentes quanto de artistas históricos, além de participar como convidado e visitante do circuito internacional de exposições e feiras.

Médico com estudos realizados na Universidade do Estado do Amazonas e na Université René Descartes-Sorbonne Paris V, com especialização em Cardiologia e Mestre em Ciências Cardiovasculares pelo Instituto Nacional de Cardiologia do Rio de Janeiro.

Conheça os artistas do programa SOLO 2024 e suas galerias

Thiago Neves – Asfalto
Thiago Neves nasceu na periferia de São Paulo em 1985, cidade onde trabalha até hoje. Em suas obras, ele explora a memória, o cotidiano e a cultura popular, com sua produção se em objetos, esculturas, instalações e pinturas. Tem interesse pelas narrativas visuais historicamente colocadas à margem dos sistemas hegemônicos de arte. Sua prática artística seleciona e junta objetos, transpondo paralelos entre perspectivas subjetivas pessoais e contextos histórico-culturais, mesclando um repertório visual fortemente influenciado por expressões artísticas oriundas de culturas populares e urbanas, sobretudo da “filetagem” (pintura ornamental de carrocerias de caminhões), dos pintores “abridores de letras” de embarcações do norte do Brasil, e finalmente da pixação e do grafite dos grandes centros urbanos.

Thiago também tem obras em espaços públicos de cidades brasileiras e da Europa, realizadas a convite de festivais de arte urbana ou por meio de intervenções espontâneas nos locais pelos quais transita.

Ganhador do prêmio Referência do 21° Território da Arte de Araraquara em 2024, também apresentou obras no Programa de Exposições do MARP em 2023. Participou de coletivas como “OLÉ” (Museum of Graffiti, Miami, 2022) e “Balbúrdia” (Galeria Underdogs, Lisboa, 2019). Na 15ª Bienal Naïfs do Brasil: Ideias para Adiar o Fim da Arte (SESC Piracicaba, 2020), recebeu a Menção Especial do júri.

Rommulo Vieira Conceição – Aura
Rommulo nasceu em Salvador em 1968, e hoje vive e trabalha em Porto Alegre. O artista problematiza as categorias de moderno e contemporâneo partindo da distinção entre espaço e lugar. Lugares são historicamente identificados segundo a atividade praticada em cada um deles. Mas, na medida em que o mundo globalizado se transforma impactando diversas questões, como as econômicas, Rommulo coloca em xeque a transformação do lugar em espaço abstrato. Se a modernidade foi dominada por uma obsessão funcional, o artista mobiliza espaços com vocação à permanência e à disfuncionalidade. São arcos que não sustentam nada, janelas que dão em lugar nenhum. Investigar o espaço público é questionar sobre quem, afinal, viveu o espaço moderno.

Artista participante da 35ª Bienal de São Paulo, Rommulo tem trabalhos em coleções públicas como as de Inhotim, Pinacoteca do Estado de São Paulo, Centro Cultural de São Paulo (CCSP) e o Museu de Arte Contemporânea da USP (MAC-USP).

Siwaju – Galeria Karla Osório
Siwaju nasceu em São Paulo, em 1997, e hoje vive trabalha no Rio de Janeiro. Sua prática escultórica investiga a relação do tempo com diferentes ecologias, e é por meio do reaproveitamento de peças de aço doadas, coletadas e recicladas que seus trabalhos estabelecem uma relação íntima e direta com o pensamento tridimensional brasileiro. Estabelecendo relações entre a matéria, o Cosmos, as energias visíveis, invisíveis, entre o objeto e seu entorno, entre corpo escultórico e o espaço, sempre numa dimensão temporal em espiral e em movimento de expansão e retrospecção ativando conhecimentos afrodiásporacos.

Graduanda e pesquisadora em Artes Visuais na Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Siwaju foi artista do ateliê de escultura da EAV Parque Lage, com passagens pelo Programa Formação e Deformação 2022, e ELÃ, da Escola Livre de Artes do Galpão Bela Maré. Foi uma das cinco artistas premiadas no prêmio Parque Cultural Casa do Governador (Vila Velha, ES – 2023), com a sua primeira escultura pública e permanente OJIJI.

Bruno Faria – Galeria Marilia Razuk
Natural do Recife (1981), Bruno Faria ainda vive e trabalha na capital pernambucana. Seus projetos partem de investigações a contextos específicos e são apresentados em diferentes mídias como fotografia, instalação, intervenção, escultura, publicação ou outras mídias. Suas obras trazem questões críticas relacionadas ao espaço público, à arquitetura, e sobretudo, seu olhar sobre o mundo, por meio de pesquisas históricas.

Possui obras em importantes coleções públicas como Pinacoteca de São Paulo, Museu de Arte do Rio, Museu de Arte da Pampulha, Centro Cultural São Paulo entre outras.

Alberto Pitta – Nara Roesler
Alberto Pitta tem como elemento central de seu trabalho a estamparia têxtil e a serigrafia, embora nos últimos anos, também tenha se dedicado à pintura e a obras escultóricas. Com mais de 40 anos de carreira, sua produção é muito ligada a festividades populares e, em diálogo com outras linguagens, como a indumentária. Seu trabalho tem uma forte dimensão pública, tendo sido o autor de estamparias presentes em blocos afro do carnaval como o Olodum, Filhos de Gandhy e o seu próprio, o Cortejo Afro. As estampas criadas pelo artista apresentam signos que evocam elementos tradicionais africanos e afro-diaspóricos, em especial os oriundos da mitologia Iorubá, muito presente em Salvador e no recôncavo baiano.

Seu trabalho figura em coleções institucionais, como: Instituto Inhotim, Museu de Arte do Rio, e Museu de Arte Moderna da Bahia.

Melissa de Oliveira- Nonada
Melissa de Oliveira é fotógrafa e registra o que vê nas ruas e becos da comunidade onde reside. A moradora do Dendê foi motivada pela necessidade de documentar as coisas boas da região, já que a mídia tradi­cional reproduz uma imagem estereotipada, evidenciando a violência e a pobreza. Os registros começaram em 2019, dando início a uma série fotográfica com momen­tos e eventos divertidos, potentes e criativos a par­tir da sua ótica como moradora.

É o que faz o meu olho brilhar, parece até quando a gente tá apaixona­da. Me motiva saber que eu tenho a possibilidade de passar pra um monte de gente tudo de potente que nós temos, fazemos e somos. Quando eu tô fotogra­fando só penso e sinto que eu tenho que continuar”, diz Melissa.

Manuel Brandazza – Pasto (Argentina)
Nascido em Rosário, na Argentina, em 1975, Manuel Brandazza estudou design de vestuário e têxtil na Universidade de Buenos Aires e fez parte do Programa de Artes Visuais Rojas-UBA/Kuitca 2003-2005. O design têxtil, os murais, a cerâmica e a escultura são as principais linguagens que se cruzam na obra de Manuel. Suas últimas produções evocam o universo piscícola e espiritual do Rio Paraná através de texturas sinuosas, circulares e expansivas trabalhadas com têxteis e argila. O rio é o ponto de partida, a primeira paisagem surreal, um paraíso universal que funda as pessoas e oferece o cultivo das mais nobres virtudes para a continuidade da vida.

Carlos Zilio – Galerias Raquel Arnaud e Cássia Bomeny
A produção de Carlos Zilio passou por algumas das principais correntes da segunda metade do século 20, como a Nova Figuração Brasileira, nos anos 1960, e a arte conceitual, nos anos 1970, aliando a preocupação com a ordem e a geometria a um discurso crítico e combativo em relação à Ditadura Militar vigente naqueles anos. Na década de 1980, ao mergulhar em questionamentos sobre a arte de vanguarda e a negação da tradição preconizada por suas correntes, Zilio passa a ter a pintura como objeto principal de pesquisa. O tamanduá-bandeira, reminiscência da infância do artista, torna-se silhueta frequente em suas investigações pictóricas desde 1986. Aos poucos, Zilio elimina os elementos narrativos de sua pintura, transformada, assim, em ação pictórica literal, estabelecendo um vocabulário pessoal nos interstícios entre a abstração pura e a concretude do fazer, da tinta, da pincelada, da tela e dos elementos de composição eminentemente pictóricos.

Na década de 1960, Zilio formou-se em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro e estudou pintura com Iberê Camargo no Instituto de Belas Artes. Perseguido pela ditadura, mudou-se para a França na década de 1970, onde se doutorou em Artes. Retornou ao Brasil na década de 1980, dando prosseguimento a suas pesquisas e participando de inúmeras mostras.

MORIS (Israel Meza Moreno) – Galerie Rolando Anselmi (Itália)
Israel Meza Moreno ‘Moris’, nasceu (1978), vive e trabalha na Cidade do México. Suas obras estão na coleção permanente do MoMA New York, MOCA Los Angeles, Coleccion Jumex e FEMSA Monterrey, Perez Art Museum em Miami. Moris esteve presente na 9ª Bienal de Havana e na 30ª Bienal de São Paulo.

Antonio Maluf – Trapézio Galeria
Filho de libaneses, o paulistano Antonio Maluf (1926-2005) iniciou sua produção artística no fim da década de 1940, quando trocou a faculdade de Engenharia Civil pela Escola Livre de Artes Plásticas de São Paulo. Nessa época, também começou a frequentar os ateliês dos pintores Waldemar da Costa e Samson Flexor e os cursos livres de desenho e gravura do Museu de Arte de São Paulo. Em 1951, iniciou o curso de desenho industrial do Instituto de Arte Contemporânea do MASP, tendo contato com professores ligados à Nova Bauhaus de Chicago, como a arquiteta Lina Bo Bardi e o designer Roberto Sambonet. Ainda nesse ano, venceu o concurso de cartazes para a I Bienal de São Paulo com um dos primeiros trabalhos concretos realizados no país — hoje tido como um marco na história do design gráfico brasileiro. Ao longo das décadas seguintes, criou logos, cartazes e padrões de estamparia, integrando sua obra gráfica a grandes projetos arquitetônicos.

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