ArtRio 14a. edição | 25 a 29 de SETEMBRO de 2024 | MARINA DA GLÓRIA ArtRio 14a. edição | 25 a 29 de SETEMBRO de 2024 | MARINA DA GLÓRIA

Cinemateca do MAM presenta a Retrospectiva Chantal Akerman

07/03/2023 - Por ArtRio

A Cinemateca do Museu de Arte do Rio de Janeiro apresenta Retrospectiva Chantal Akerman durante todo o mês de março. A mostra, que explora a trajetória da cineasta belga, traz 34 filmes em 24 sessões e será ainda acompanhada de um debate online transmitido pelo youtube e facebook reunindo críticos e especialistas para analisar e comentar a obra de Akerman.

Dona de um cinema extremamente inventivo, Chantal Akerman gosta de trabalhar a temporalidade dos gestos corriqueiros, o que fez com que diversos críticos utilizassem o termo hiper-realismo para falar de seus filmes. Jeanne Dielman, que em seu título original designa o endereço completo da personagem – Jeanne Dielman, 23 Quai du Commerce, 1080 Bruxelles – descreve em 202 minutos o cotidiano de uma dona de casa comum, em planos simétricos, fixos e distanciados da ação, provocando uma imersão temporal sem igual, além de uma desnaturalização do papel da mulher como “ser do lar”. Ainda que as experiências com a temporalidade e a interpretação não-naturalista sejam recorrentes em sua obra, o cinema de Akerman aborda distintas formas de estilização em 44 anos de carreira, do abstracionismo experimental de Hotel Monterey ao musical brechtiano Anos dourados, do minimalismo interpretativo de A prisioneira à comédia convencional em Um divã em Nova York, passando pelo autodocumentário em Notícias de Casa e pelo documentário contemplativo de Do outro lado. Uma problemática frequente em seus filmes é a tensão entre a hospitalidade caseira (que pode ser opressiva) e os perigos do jogar-se fora de casa. A retrospectiva passa todos os longas metragens e os principais curtas, médias e segmentos de filmes coletivos, a fim de dar conta da multiplicidade criativa de uma artista que está no panteão da arte cinematográfica dos últimos 50 anos.

Chantal Akerman nasceu em Bruxelas, Bélgica, em 1950. Decidiu fazer cinema com 15 anos, depois de ver O Demônio das Onze Horas, de Jean-Luc Godard. Seu primeiro filme foi o curta-metragem Exploda minha cidade, em 1971. Seu primeiro longa, o experimental Hotel Monterey, é de 1973. O primeiro longa de ficção, Eu, tu, ele, ela, veio no ano seguinte. Em seguida, em 1975, realizou seu filme mais conhecido, Jeanne Dielman, protagonizado por Delphine Seyrig (O ano passado em Marienbad, O discreto charme da burguesia). Judia, mulher e lésbica, não se considerava como alguém que falasse a partir dessas identidades, ou pelo menos não mais do que a identidade que ela mais considerava que a definia, a de filha. E, de fato, a presença da mãe Natalia, uma sobrevivente de Auschwitz, está em muitos de seus filmes, sendo o tema real de algum deles, como Notícias de casa e Não é um filme caseiro, seu último longa, um documentário que monta cenas de viagem com cenas de conversa entre filha e mãe na casa familiar. Chantal Akerman se suicidou em outubro de 2015, um ano após a morte da mãe.

A mostra será ainda acompanhada de um debate online transmitido pelo youtube e facebook reunindo críticos e especialistas para analisar e comentar a obra de Akerman.

A Retrospectiva Chantal Akerman tem o apoio da Cinémathèque royale de Belgique – CINEMATEK e da Fondation Chantal Akerman.

Retrospectiva Chantal Akerman Cinemateca do MAM
Cinemateca do MAM
End: av. Infante Dom Henrique, 85
Aterro do Flamengo – Rio de Janeiro
Ingressos gratuitos on-line: www.mam.rio/ingressos
Capacidade: 180 lugares


Na imagem do topo, frame do filme La Chambre

ArtRio Marketplace


A ArtRio utiliza cookies para personalizar a experiência do visitante em nosso site, analisar dados e ajudar em iniciativas de marketing. Ao clicar em “aceitar”, você está concordando com os nossos termos.