A Casa Voa inaugura, no dia 14 de setembro, a exposição “CORPO-RISCA”, de Maria Baigur e Patricia Gouvêa. Os trabalhos atuais de Maria, “Adorno e Compliance”, que compõe uma pesquisa sobre censura (ao feminino) na cultura visual contemporânea, instigaram Patricia a rever uma série realizada há 15 anos, “Fenda”.
Neste trabalho, a artista usou filmes vencidos, uma velha Rolleiflex e seu corpo para falar de vida, morte e transmutação. Auto-censurado tempos atrás, Patricia apresenta agora a série fotográfica na íntegra, acompanhada de um livro de artista homônimo e do vídeo “Retrato da Artista Quando Espiral”.
Keyna Eleison, curadora da exposição, propôs, então, que juntas se arriscassem: costurou as proximidades e estranhamentos entre os dois trabalhos. Em CORPO-RISCA, fotografias, vídeos e objetos percorrem a Casa Voa como uma possibilidade de escrita. Seus trabalhos desenham pelo espaço, traçam
dinâmicas, desenhos e textos sobre liberdade e liberação.
A Casa Voa, um marco da arquitetura modernista que abrigou durante anos uma importante coleção de fotografias, revisita a sua vocação recebendo novamente a fotografia em seus salões, agora de forma expandida. Este convite fez com que as artistas e curadora aproximassem suas pesquisas íntimas e
viscerais.
Um corpo é sempre riscado por tantas marcas, dores e memórias. Vivemos tempos em que a censura virou projeto político. Quem sabe a arte, feita de elos, possa propor alguma forma de respiração? Arriscar-se é preciso.
A mostra vai até o dia 26 de outubro. A Casa Voa fica na Rua Marquês de São Vicente 458 – Gávea. Entrada gratuita sob agendamento: contatocasavoa@gmail.com.