Dois anos depois de sua última individual na cidade, o artista plástico Carlos Zilio, que está completando 75 anos, apresenta nova mostra, dessa vez na Cassia Bomeny Galeria, em Ipanema, de 4 de setembro a 26 de outubro. “Carlos Zilio – Pinturas e Desenhos” reúne 13 obras produzidas ao longo dos dois últimos anos tendo, mais uma vez, o tamanduá como tema central.
A imagem do animal é recorrente na obra de Zilio. Apareceu pela primeira vez após a morte do pai, em 1986, por conta de uma história familiar: o pai teve um tamanduá de estimação quando criança. Desde então, a figura se tornou uma espécie de representação de afetividade e nostalgia, num sentido mais subjetivo; e de luto, num sentido mais amplo.
– Geralmente o tamanduá aparece caindo nas obras. Essa é também uma representação à queda da história, das utopias – explica o artista.
A mostra vai até o dia 26 de outubro. A Galeria Cassia Bomeny fica na Rua Garcia D´Ávila, 196, Ipanema. Funcionamento: de segunda a sexta, das 10h às 19h e sábados, de 10h às 15h. Entrada gratuita.
Sobre artista
Carlos Zilio nasceu no Rio de Janeiro em 1944, estudou pintura com Iberê Camargo no Instituto de Belas Artes em 1963 e formou-se em Psicologia pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Participou de algumas das principais exposições brasileiras dos anos 60 como “Opinião 66” e “Nova Objetividade Brasileira”, ambas no MAM carioca. Desde então, é destaque em inúmeras mostras coletivas, como as 9ª, 20ª e 29ª edições da Bienal de São Paulo (1967, 1989 e 2010); a 10ª Bienal de Paris (1977); e a 5ª Bienal do Mercosul (2005).
Na década de 1970, morou na França, onde se doutorou em Artes. E, desde a sua volta ao Brasil em 1980, vem realizando diversas exposições individuais, com destaque para “Arte e Política 1966 – 1976”, nos Museus de Arte Moderna do Rio, São Paulo e Bahia (1996 – 1997); “Carlos Zilio”, no Centro de Arte Hélio Oiticica, Rio de Janeiro (2000); e “Pinturas Sobre Papel”, no Paço Imperial, no Rio (2005), e na Estação Pinacoteca de São Paulo (2006); ” Atensão” no Museu de Arte Moderna do Rio (2016).
Suas mais recentes exposições coletivas foram: “Imagine Brazil” (Oslo, Lyon, Doha, São Paulo e Montreal, 2013 – 2015); “Possibilities of the object – Experiments in Modern and Contemporary Brazilian Art” (Edimburgo, 2015) e “Transmissions: art in Eastern Europe and Latin America, 1960 – 1980” (MoMA, Nova Iorque, 2015), Past/Future/Present, Phoenix Art Museum/MAM-SP (Phoenix, 2017) e Knife in the flash, PAC Padiglione d’Arte Contemporânea (Milão,2018).
Zilio foi professor na Escola de Belas Artes da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). Em 2008, a editora Cosac Naify publicou o livro Carlos Zilio, organizado por Paulo Venancio Filho, sobre sua produção artística. Seus trabalhos estão presentes em diversas instituições, como os Museus de Arte Contemporânea de São Paulo, Niterói e Paraná, na Pinacoteca do Estado de São Paulo, nos Museus de Arte Moderna do Rio de Janeiro e São Paulo e no Museu de Arte Moderna de Nova Iorque (MoMA).