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Cadu inaugura “Fábrica de Ratoeiras Concorde”

02/09/2019 - Por ArtRio

Anita Schwartz Galeria inaugura no próximo dia 4 de setembro, às 19h, a exposição “Fábrica de Ratoeiras Concorde”, com cerca de 30 trabalhos inéditos, entre desenhos, pinturas, esculturas e duas obras interativas, do artista Cadu, nascido em São Paulo, em 1977, e radicado no Rio de Janeiro. No grande espaço do piso térreo estarão as obras das séries “Fábrica de Ratoeiras Concorde”, e as interativas “Chinese Whispers” e “Pantógrafo”.

A série que dá nome à exposição é um conjunto de nove pinturas sobre papel, em tamanhos que variam entre 1,90m x 1,50m e 1,80m x 1,50m. Partindo de dois conceitos distintos, uma ratoeira e o avião Concorde, o artista constrói uma imagem poética, “que leva a uma série de associações, uma relação entre duas criações do engenho humano”. “Uma forma pedestre, um objeto rudimentar de caça para controle de pragas, e a outra uma aeronave, uma desobediência aos deuses, da ambição industrial”, comenta, acrescentando que “os dois cedo ou tarde acabaram ficando obsoletos”.

Chinese Whispers
Na obra interativa “Chinese Whisper”, ou “sussurro chinês”, a brincadeira popular conhecida entre nós como “telefone sem fio”, o público poderá movimentar um lápis acoplado a um inventivo sistema criado pelo artista que reproduz o gesto feito, o desenho, resultando versões aumentadas, diminuídas ou distorcidas do desenho original. “Tanto é escultura, gesto performático, como partitura de desenho, que usa este lugar que é eleito como a superfície do trabalho, a mesa, para pensar versões, distorções, reduções, ampliações, de imagem e de discurso”, diz.

Pantógrafo
Neste outro trabalho interativo, o “Pantógrafo” consiste em uma mesa de 2m x 2m, em que o público fará um pequeno desenho em um canto, e no lado oposto surgirá uma imagem ampliada em oito vezes. O atrito provocado pela ação da máquina, do bastão com a mesa, “que pode lembrar uma batuta de maestro”, provoca um som, que para o artista é “como se fosse o próprio instrumento musical imprimindo a partitura dele no momento de produção da música”.

“Mais uma vez se trata de uma situação híbrida, em que se tem gesto, desenho, escultura, sonoridade, convivendo”, destaca Cadu. A palavra pantógrafo vem do grego pantos, que significa “tudo”, mais graphein, “escrever”, e é um aparelho utilizado para transferire redimensionar figuras, inventado possivelmente pelo astrônomo e jesuíta alemão Christoph Scheiner (1575-1650) em 1603.

No segundo andar da galeria estarão quatro séries: “Ganga”, “Craca Ganga” (com Virgilio Bahde), “Ágata” e “Walden”. A série “Ganga”, feita em parceria com o artista e ourives Virgilio Bahde, são dez esculturas em que se explorou o processo de galvanização, em que o metal é submetido a uma solução salina, eletrificada, e se dissolve, migrando por indução para outro lugar. Dez ganchos de metal passaram por demorados procedimentos que levaram meses, e passaram por esse processo, ganhando aglutinações que se assemelham a corais. Cadu lembra que na mitologia grega quando Perseu corta a cabeça da Medusa e a arrasta sobre as águas do mar, surgem os corais, “que são as pedras do mar que vão ornar os cachos das ninfas”.

“Craca Ganga”, também em parceria com Virgilio Bahde, é uma série de oito esculturas feitas em madeira, níquel, cobre e incrustação de pedras semipreciosas brutas, como ônix, malaquita, ágata, quartzo fumê e pirita. “É um mimetismo de construção entre algo que é mineral, vegetal, oceânico, marítimo, em um raciocínio mais formal de construção compartilhada, com etapas divididas no processo. No final temos um jardim mineral sobre tronco de árvores que são metalizados”, conta.

“Ágata” é uma série de 14 trabalhos de pintura em óleo sobre chapas de alumínio em tamanhos variados, que recebem aplicação de lâminas de pedras semipreciosas brutas, como ágata, granada, quartzo, zurita e malaquita. “Walden” é um conjunto de três gravuras relevo sobre papel, formando uma única peça, feitas a partir de páginas do livro “Walden ou A Vida nos Bosques” (1854), autobiografia do escritor transcendentalista Henry David Thoreau (1817-1862).

A publicação acompanhou Cadu durante o ano em que residiu, a partir do primeiro dia do inverno de 2012, em uma cabana construída por ele mesmo, na região serrana do Rio de Janeiro. O artista queria recriar nas gravuras os caminhos percorridos pelos cupins, que devoraram as folhas de papel. Para isso, se dedicou a dois anos de pesquisa, para criar um sistema adequado, com um movimento constante para que o ácido criasse nas chapas de cobre as áreas determinadas.

A mostra vai até o dia 26 de outubro. A Anita Schwartz Galeria de Arte fica na Rua José Roberto Macedo Soares, 30, Gávea. Funcionamento: 10h às 20h, de segunda a sexta, e das 12h às 18h, aos sábados. Entrada gratuita.

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