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Bergamin & Gomide apresenta Antoni Tàpies

12/03/2019 - Por ArtRio

Obras do artista catalão Antoni Tàpies (1923 – 2012) pontuam a primeira exposição do
ano na Bergamin & Gomide, de 12 de março a 27 de abril. Com cerca de 13 obras
produzidas a partir de 1970, a Bergamin & Gomide é a segunda galeria brasileira a exibir
o artista – a primeira e única vez em galeria privada no Brasil aconteceu em 1995.

Tàpies também participou da II Bienal de São Paulo, uma das mais importantes mostras até
então realizadas sobre arte no século 20, que apresentou ao país 65 obras de Paul Klee,
mais de 50 obras – entre pinturas e gravuras – de Edvard Munch, 20 obras de Mondrian
e ofereceu uma sala especial a Calder. Nessa Bienal, o MoMA trouxe Guernica, de
Picasso.

Autodidata, aprendeu sozinho a desenhar e a pintar ainda na escola e, na adolescência,
teve seu primeiro contato com a arte contemporânea. Os passos iniciais como pintor
foram dados no surrealismo, muito influenciado por Paul Klee e Joan Miró mas foi uma
passagem efêmera e logo o artista passou a desenvolver seu estilo com a pintura
matérica, uma tendência pictórica, difundida após a Segunda Guerra, onde o emprego
de materiais não-artísticos passaram a ser incorporados nas obras. Tal informalismo,
nada mais é que um “estilo” que substituiu a arte formal dos anos 1940/1950 e que só faria
sentido se causasse espanto.

Com sólida formação intelectual – a literatura teve muita relevância em sua obra –
Tàpies trouxe consigo o espírito catalão que lhe deu insumos para a construção de sua
obra. Mas aborda também outras culturas não-europeias e temas diversos, dando-lhe
nutrientes para o arcabouço de seus pensamentos e sua plástica. O artista bebeu nas
fontes da mitologia, religião, história, ética, metafísica, ciência e em outras formas de
expressão como a dança, a música e, principalmente, a caligrafia asiática – essa última
muito presente em seus gestos criativos.

Em 1953, Tàpies começou a trabalhar com técnicas mistas, processo considerado mais
original para o universo artístico, tendo sido um dos primeiros a desenvolver arte dessa
maneira. Argila e pó de mármore passam a compor suas pinturas, além de outros
materiais como corda, faca, objetos diversos, papel, barbante e farrapos. A reputação
internacional de Tàpies já estava bem estabelecida no final dos anos 1950 e, décadas
mais tarde, viria a ser um dos artistas mais revolucionários do século 20, precursor de
linguagens, formas e materiais, se tornando o autor de um vasto legado para a história
da arte.

Toda a sua genialidade, estudos e conhecimentos o levaram a dar vida a materiais
abandonados. Objetos descartados passam a ter novos significados em suas obras.
Tudo adquire novas funções nas esferas ´mágicas´ de seus quadros e se articula sem
aparente ordem ou racionalidade. Um escândalo à época, final dos anos 1940, Tàpies
aplicava areia ou terra às pinturas à óleo, “de maneira muito espontânea e um pouco
inocente, e foi um exagero…”, de acordo com o próprio o artista.

Bergamin & Gomide já apresentou obras do artista na Art Basel e o artista,
vencedor de vários prêmios como o da própria Bienal de São Paulo (onde expôs duas
vezes, em 1953 e 1957), já teve seus trabalhos exibidos na Bienal de Veneza, onde
recebeu o prêmio Leão de Ouro e no Carnegie Institute, em Pittsburgh. Tàpies também
foi agraciado com o título de doutor honoris causa pelo Real Colégio de Artes de Londres
e recebeu, do Rei Juan Carlos I, a medalha de ouro em artes plásticas.
Bergamin & Gomide apresenta “Antoni Tàpies”

A Bergamin & Gomide fica na Rua Oscar Freire, 379, loja 1 – São Paulo. Funcionamento: de segunda a sexta, de 10h às 19h, e sábado de 10h às 15h. A entrada é gratuita.

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