ArtRio 15a. edição | 10 a 14 de SETEMBRO de 2025 | MARINA DA GLÓRIA ArtRio 15a. edição | 10 a 14 de SETEMBRO de 2025 | MARINA DA GLÓRIA

Anna Maria Maiolino premiada na 60a La Biennale di Venezia

22/04/2024 - Por ArtRio

Homenageada com o Leão de Ouro pela Carreira, Anna Maria Maiolino apresenta na 60a Bienal de Veneza um projeto site-specific de grande escala no galpão Casetta Scaffali, localizado no Giardino delle Vergini, Veneza, dando continuidade à sua série icônica “Terra Modelada” (1993-2024). A instalação inclui obras em vídeo e paisagens sonoras.

“O trabalho em argila destaca as qualidades primordiais, orgânicas, elásticas e agradáveis ao toque do material. Para a Biennale, ela retorna a trabalhar no contexto da instalação Ao Infinito, ao lado da construção com vegetação, usando ramos de pinheiro. A instalação enfatiza o gesto manual e a repetição na modelagem persistente de numerosas esculturas pequenas, similares ou diferentes, mantendo a obra como inacabada, em progresso eterno – assinatura da singularidade de Maiolino. A ação transformadora da natureza, moldando matéria bruta, também indica a construção de forma através do trabalho e aponta para o ciclo natural da argila – ela se desidrata, petrifica e pode retornar a ser poeira”, escreve a curadora Amanda Carneiro.

A obra de Maiolino intitulada “Anno” (1942), da série “Mapas Mentais”, 1973-99, também integra a seleção apresentada no Arsenale di Venezia. Adriano Pedrosa é o primeiro latino-americano a assinar a curadoria da Bienal.

De acordo com a curadora Sofia Gotti, “Após a estadia de três anos em Nova York e de volta ao Rio de Janeiro, Maiolino encontrou artistas latino-americanos que haviam escapado de ditaduras militares no Cone Sul, incluindo o Brasil, e que lidavam com suas histórias através da linguagem da arte conceitual. Embora usando dispositivos formais semelhantes, como grades e linguagem, os “mapas mentais” de Maiolino sobrepõem o político ao pessoal. Anno, 1942, remete ao ano de seu nascimento na Itália — entre as várias peças da série que reconstroem o mapa da Itália, esta é a única que o queima completamente. Este ato violento evoca o bombardeio sem precedentes do território italiano pelas forças aliadas em 1942 e expressa o sentido abstrato de alienação da artista em relação ao seu país de origem.”

A cerimônia de premiação aconteceu no palácio histórico Ca’ Giustinian – sede da Bienal em Veneza, quando a exposição também abriu para o público geral.

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