

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro inaugurou o projeto Memória 75, série de depoimentos de nomes da arte brasileira fundamentais para o legado da instituição, que comentam sobre suas trajetórias em diálogo com a história do museu. A série reflete sobre experiências e contribuições de artistas relacionados, em entrevistas realizadas no terceiro andar do espaço expositivo. No episódio de estreia, a carioca Anna Bella Geiger relembra muitas passagens.
A artista visual conta que tinha “mania de MAM” desde suas primeiras interações com o museu, no ateliê de gravura em metal. “Quando a gente é jovem, mulher, é como na pré-história: fazia tudo. Eu vinha de manhã e de noite” conta a artista, que morava perto do museu, retornando para casa para amamentar sua filha recém-nascida.
Anna Bella Geiger relata também o período da ditadura militar no Brasil e sobre sua famosa fase visceral, entre 1965 e 1969 e o surgimento da Área Experimental do MAM Rio, conforme batizado por ela. “A ideia era de ocupação total. Achávamos que todo o museu deveria ser experimental.”
A artista relembra a gênese de “Brasil nativo/Brasil alienígena” (1976/1977) e o início de sua atuação com videoarte, em meados dos anos 1970, ao lado do grupo que incluía Ivens Machado, Letícia Parente, Fernando Cocchiarale, Paulo Herkenhoff e Ana Vitória Mussi, usando a câmera Super 8 de segunda mão que ela ganhou de um funcionário do Itamaraty e que emprestava aos colegas. Cita a influência de Herbert Read, no livro “Education Through Art” (1943), sobre a cena artística da época, de Lygia Pape e Hélio Oiticica a Mário Pedrosa, com quem encerra seu depoimento.
A série é transmitida através do canal de Youtube do MAM Rio: youtube.com/@MAMRio.
Assista ao primeiro episódio abaixo.