Nesta quinta, 1º de agosto, a partir das 19h, a Portas Vilaseca inaugura “Do céu e da pedra” exposição individual da artista Ana Hupe (vencedora do Prêmio FOCO ArtRio 2018), com curadoria de Juliana Gontijo. Com cerca de 40 obras, distribuídas pelos três andares da galeria, a mostra
aborda temas como imanência e transcendência, a mística das formas, violências extrativistas e movimentos revolucionários. Essas reflexões são apresentadas por meio de serigrafias, tecidos, bordados, objetos encontrados e fotogramas dispostos em uma expografia instalativa.
Segundo a curadora Juliana Gontijo, “cada trabalho apresentado é uma história que nasce do encontro com um signo ou com o silêncio das entrelinhas de um texto, a fim de compor com experiências que a artista descobre em cada uma de suas viagens. Entre a pedra e o céu, encontramos emaranhadas as relações coloniais triangulares entre Brasil, África Ocidental e Europa — em particular a Alemanha, país no qual a artista reside. Hupe utiliza como guia metodológico a fabulação crítica, processo que atrela a pesquisa histórica ao “poder de inventar”, como diz a escritora Saidiya Hartman, e assim contar aspectos da vida de pessoas e fatos esquecidos, abrindo vias de reparações históricas para além do objeto em si”.
A individualvai até o dia 6 de setembro. A Portas Vilaseca Galeria fica na Rua Dona Mariana, 137, casa 2 – Botafogo. Funcionamento: de terça a sexta-feira (das 11h00 às 19h00) e aos sábados
(das 11h00 às 17h00). Entrada gratuita.
Sobre a artista
Nascida no Rio de Janeiro em 1983, Ana Hupe vive e trabalha há dez anos em Berlim, Alemanha, onde atua como pesquisadora associada e professora de história da arte na Burg Giebichenstein Kunsthochschule Halle. É Doutora em Belas Artes pela Universidade Federal do Rio de Janeiro, com um ano de pesquisa na University of the Arts (UdK), em Berlim.
Sua prática artística está centrada no resgate de histórias ocultas de resistência, que são reescritas em instalações com múltiplas narrativas. Fundamentada em uma extensa pesquisa, a abordagem de Hupe visa construir contra-memórias para os arquivos coloniais. Sua produção abrange uma diversidade de técnicas e mídias, que incluem fotografia, vídeo, escrita, gravura e escultura, sendo consistentemente marcada por uma oposição à ideia de uma narrativa singular.
Ana Hupe já foi contemplada com inúmeras bolsas de pesquisa e financiamento de projetos, com destaque para a Bolsa de Pesquisa “Kunstfonds Stiftung Bonn” (Berlim, Alemanha, 2022); Bolsa de Pesquisa do Senado de Berlim (Alemanha, 2021) e um financiamento da IFA-Germany para uma exposição na Nigéria (2020). Nos últimos anos, tem participado de importantes residências artísticas no Brasil e no exterior, entre elas: Residência Kobomojé, Ibadan, Nigéria (2024); Artista x Artista, Havana, Cuba (2018); Residência Vila Sul, Goethe-Institut, Salvador, BA, Brasil (2018), entre outras. Já foi indicada ao Prêmio Marcantonio Villaça em 2019, e em 2018 foi contemplada com o Prêmio Foco ArtRio.
Suas obras fazem parte de importantes coleções institucionais, entre elas: Coleção do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional – IPHAN. Rio de Janeiro, RJ, Brasil; Coleção Gilberto Chateaubriand / Museu de Arte Moderna – MAM. Rio de Janeiro, RJ, Brasil; Museu de Arte do Rio – MAR. Rio de Janeiro, RJ, Brasil; ESCALA, Universidade de Essex, Essex, Reino Unido; Museu de Arte Moderna da Bahia – MAM/BA, Brasil; Museu de Arte Moderna Rio de Janeiro – MAM/RJ, Brasil e Galeria Ibeu Rio de Janeiro, RJ, Brasil.