

Alice Yura (1990 – Aparecida do Taboado/MS) foi uma das artistas premiadas mo Prêmio FOCO 2022, ao lado de Andrea Hygino, Edgar Pereira da Silva, Iagor João Barbosa Peres, Lucimélia Romão e Priscila Rooxo. Além de expor na 12a edição da ArtRio, na Marina da Glória, ela participou de uma residência entre os dias 1º e 21 de agosto na Despina, no Rio de Janeiro.
“Nos primeiros dias aproveitei para me instalar e organizar o ateliê e, também, para conhecer um pouco da cidade, praias e museus e instituições culturais. Foi muito bom visitar as exposições que estavam rolando. Uma das visitas importantes que fiz foi à Lanchonete Lanchonete. Queria muito conhecer o projeto e fiquei encantada com tanta energia e coerência. Foi inspirador ver a capacidade de mobilização de um processo artístico que não se ausenta de responsabilidade social” conta a artista.
Como seus trabalhos de modo geral não tem muita materialidade (por serem a maioria em performance e fotografia), a forma que Alice Yura vivenciou o ateliê foi através dos encontros no espaço. “Recebi pessoas muito queridas e muito abertas a trocas, conversas boas e interessadas que se pautaram na presença e no bom humor. No ateliê foram dias especiais que estarão na minha memória”.
Para a residência, ela levou um projeto chamado “Meu pai, um estrangeiro” para testá-lo no espaço. A obra é uma instalação com 138 fotos de seu pai enquanto ele viveu no Japão, que formam um grande painel que a artista sobrepõe com textos encontrados nos versos dessas imagens. Palavras que sua mãe enviava para ele sobre infância das filhas. O trabalho foi montado no evento de finalização do ateliê aberto.
“Aproveito para agradecer a todas as pessoas que foram ao evento e as que visitaram o ateliê durante a residência. Agradeço muito Consuelo Bassanesi pela acolhida e produção da residência pela Despina e à Ana Elisia Lidizia curadora e a equipe da Casa da Escada Colorida pela parceria com a residência”, finaliza.
Sobre a artista
Alice vive e trabalha em trânsito entre sua cidade natal – Aparecida do Taboado -, Campo Grande (MS) e São Paulo (SP). Formada em Artes Visuais pela UFMS, em 2011, o foco da sua pesquisa é em arte e vida. Assim, seus trabalhos têm forte ligação biográfica relacionando memória, afeto, corpo, identidade, alteridade, biologia, política, sociedade e cultura.
Foi a idealizadora e curadora do festival de performance IPêrformático II (2019). Integrou ao programa de residência do Pivô Pesquisa em 2019 como artista residente selecionada a uma bolsa, no mesmo ano participou das exposições Aparelho com curadoria de Tales Frey no Porto (Portugal) e Ânima com curadoria de Paula Plee e Ana Roman em São Paulo (SP). Em 2022, participou de duas exposições no Rio de Janeiro: na Vitrine no Espaço Oásis com a obra “O FARDO” e a obra “O Louco” exposta no Museu da História e da Cultura Afro-Brasileira (MUCAHB) com curadoria de Jaime Lauriano, Lilia Schwarcz e Pedro Meira Monteiro.