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ACHADOS (entre) PERDIDOS: nova exposição de Milton Machado

12/04/2024 - Por ArtRio

O artista Milton Machado apresenta no Paço Imperial, no Rio de Janeiro, de 17 de abril a 7 de julho, a exposição inédita “ACHADOS (entre) PERDIDOS”, composta pela instalação “Paraíso” e a série de desenhos “Academia dos Seletos”. A individual tem curadoria de Felipe Scovino e celebra 55 anos de carreira de Milton Machado.

A instalação inédita “Paraíso” homenageia o poeta inglês John Milton, recordando seu poema “Paraíso Perdido” (“Paradise Lost”), publicado em 1667. Nas salas, com iluminação e sonorização criadas especialmente para a instalação, um jogo de palavras brinca com oposições a partir do poema de John Milton, ditado para suas filhas depois de ele perder a visão.

“O Paraíso de um outro Milton e de uma outra natureza é visitado aqui. Um Paraíso que nada tem de trágico; ao contrário, apela para a comicidade. Tem algo de trocadilho barato, quase vulgar, tongue in cheek. Mas irresistível. Tem algo de sátira: admitem-se sem problemas as trocas de identidade, os contrabandos, as apropriações indébitas, as intimidades entre xarás”, comenta Milton Machado.

A série de vinte desenhos “Academia dos Seletos”, título inspirado no nome da sala onde as obras serão expostas, foi criada entre 2017 e 2023. A maioria dos desenhos nunca foi mostrada.

Os trabalhos foram feitos com nanquim e tinta acrílica sobre papel, em três tamanhos (30 x 40 cm, 46 x 56 cm e 70 x 100 cm). Têm em comum uma estrutura espacial construtiva, labiríntica, de planos entremeados, resultantes de ações não planejadas, em que o gesto, o traço (e a cor) são experimentais e determinantes.

“Como um arquiteto aparentemente sem precisão mas, seguramente, com domínio sobre os métodos de construção, Milton adota o princípio daquilo que é ruinoso. Suas ruínas, ou desenhos, são efeitos de uma estética do fragmento, da montagem, por isso também podem ser entendidas como colagens. São da ordem da dispersão simultaneamente ao fato de que é exatamente essa constituição quebradiça, unida por partes e regida por minúcias, que a torna um pensamento e uma imagem sobre a história moderna. O autêntico e o imediato, exigências típicas da cultura da mercadoria, são criticadas e substituídas pela tradução e pelo estranhamento dessas imagens obtusas e fora de lugar. Acrescidas por uma temporalidade morosa, já que é exigido do espectador uma pausa para que essas superfícies, lacunas, desmontes, enfim, sejam detidamente investigadas.”, escreve o curador Felipe Scovino.

Milton Machado e Felipe Scovino farão uma visita guiada no dia 25 de abril (quinta), às 16h. E, em junho, farão uma nova visita, seguida de palestra, no dia 15 (sábado), às 16h. Essas atividades terão tradução para LIBRAS. A exposição contará também com audiodescrição, folheto com os textos em fonte ampliada e horários exclusivos para pessoas com transtornos do espectro do autismo.

O Paço Imperial fica na Praça XV de Novembro, 48 – Centro – Rio de Janeiro. Funcionamento: de terça a domingo e feriados, das 12h às 18h. Entrada gratuita.

Sobre o artista

Milton Machado (Rio de Janeiro, 1947) é artista plástico, professor, pesquisador e escritor. Arquiteto pela FAU-UFRJ (1970). Professor Titular da Escola de Belas Artes da UFRJ e da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. É PhD em Artes Visuais pelo Goldsmiths College University of London (2000). Tem textos publicados em diversos livros, revistas e catálogos de exposições.

Machado expõe, em mostras coletivas e individuais, desde 1969, no Brasil e no exterior, entre elas na Bienal de São Paulo (10ª, 19ª e 29ª edições), 7ª e 10ª Bienal do Mercosul, da mostra Europalia, em Bruxelas, entre dezenas de outras. Suas mais recentes mostras individuais são: Arte não. Desenho, na Nara Roesler (RJ, 2021), Cabeça, no CCBB BH (2015) e CCBB RJ (2014); e Mão Pesada, na Nara Roesler (SP, 2013). Exposições coletivas de que participou recentemente incluem: In Memoriam, na CAIXA Cultural RJ (2017); Em polvorosa, no Museu MAM RJ (2016); Made in Brasil, na Casa Daros RJ (2015); Imagine Brazil, no DHC/ART Foundation for Contemporary Art (2015), em Montreal, Canadá; Where the streets have no name, no CSS Bard and Hessel Museum of Art (2014), em Nova York, EUA. Publicou os livros “História do Futuro” (2011), “Cabeça” (2014) e “Sutura” (poesia, 2023).

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