

A Galeria Nara Roesler | Rio de Janeiro apresenta ‘Em Movimento’, mostra que celebra os 90 anos do artista e demonstra o pleno vigor do mundialmente reconhecido mestre do movimento e da luz, ao apresentar como obra central um inédito Objeto Cinético em grandes dimensões finalizado em 2018.
A obra em destaque simboliza a continuidade de uma extensa pesquisa à qual o artista se dedica ao longo de sua carreira, tornando-se, após justo revisionismo histórico, uma referência no campo da arte cinética e óptica.
Estão reunidos também alguns trabalhos de sua produção mais recente: relevos sobre acrílico, sobre madeira, da série W, e sobre papel cartão, que passaram a receber uma camada de tinta spray na superfície. São peças bidimensionais que alcançam profundidade e dinamismo devido à composição de padrões rítmicos, por meio cortes sequenciais, que remetem a ondas de caráter irregular, características formais que conectam à genealogia da produção de Palatnik a partir dos anos 1960.
Sobre Abraham Palatnik
Abraham Palatnik (b. 1928, Natal, Brasil) vive e trabalha no Rio de Janeiro, Brasil. Figura seminal a arte cinética e óptica no Brasil, sua investigação envolvendo tecnologia, mobilidade e luz trouxe inovações para o desenvolvimento do estudo dos fenômenos visuais no país. Destacouse no cenário artístico a partir da criação de seu primeiro Aparelho Cinecromático (1949), peça em que procurou reinventar a prática da pintura por meio de jogos de luz, criando imagens caleidoscópicas. Exibida na 1ª Bienal de São Paulo (1951), sua instalação de luz não participou da competição pelo prêmio principal por não se enquadrar em nenhuma das categorias artísticas existentes na época, mas recebeu menção honrosa do júri internacional por sua originalidade.
Suas séries de progressões e relevos iniciadas posteriormente em materiais diversos, como madeira, cartão duplex ou acrílico, apresentam igualmente efeitos ópticos hipnóticos, obtidos através de um meticuloso processo manual. O resultado são composições abstratas marcadas pelo padrão rítmico, remetendo ao movimento de ondas irregulares. Atualmente, em sua sétima década de produção, Palatnik continua a investigar as relações entre movimento, tempo e percepção humana. Participou de diversas exposições no Brasil e no exterior,
incluindo oito edições da Bienal de São Paulo (1951-1969) e a 32ª La Biennale di Venezia (1964).
Recentemente, realizou a importante retrospectiva Abraham Palatnik – A Reinvenção da Pintura, com itinerância por instituições como: Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro (CCBB-RJ), 2017; Fundação Iberê Camargo, Porto Alegre, 2015; Museu Oscar Niemeyer (MON), Curitiba, 2014; Museu de Arte Moderna de São Paulo (MAM-SP), 2014; e Centro Cultural Banco do Brasil Brasília (CCBB-DF), 2013