Palco Instituto Cultural Vale | Conversas: "Qual a responsabilidade da instituição na manutenção da arte feita por pessoas Trans", com Indianarae Siqueira e Vicenta Perrotta, e mediação de Mariana Paes

Neste ano, as instituições Ateliê TRANSmoras e a Casa Nem, participam do programa Expansão da ArtRio. As presidentes e fundadoras Indianarae Siqueira e Vicenta Perrotta trazem uma discussão abrangente sobre a presença trans  e o impacto das pessoas LGBTQIAPNB+ na arte contemporânea. As líderes abordam suas próprias trajetórias artísticas e de luta, realçando a importância das instituições de apoio à comunidade.

Explorando a relação entre arte e causas sociais, Indianarae compartilha a visão por trás da Casa Nem, enquanto Vicenta discute o papel de acolher e formar artistas e estilistas no Atelie TRANSmoras. Ambas ativistas dos direitos humanos, compartilham experiências de luta pela causa dessa comunidade  e mostram como instituições são cruciais na promoção da igualdade.

Indianarae Pereira Siqueira é ativista indigena transgênero brasileira, traviarca do movimento organizado de travestis e transexuais presidente do grupo Transrevolução, fundadora e coordenadora da CasaNem — casa de acolhimento para pessoas LGBTQIAP+ em situação de vulnerabilidade social, do PreparaNem, programa de preparação para o ENEM para pessoas trans e criadora do termo "transvestigênere". Estrela os documentários premiados Your Mother's Comfort / Aconchego da tua mãe, direção Adam Golub, EUA e Brasil, 2020, e Indianara, direção de Aude Chevalier-Beaumel e Marcelo Barbosa, uma de suas frases mais memoriáveis foi durante a abertura oficial do Emergências em 2019, quando Indianarae Siqueira, disse: "Meu corpo existe e ele vai transitar por essa sociedade!”.

Vicenta Perrotta é estilista, Costureira e Arte Educadora. É conhecida por produzir roupas e acessórios a partir de materiais de descarte da indústria têxtil e transformá-las em novas peças que dialogam, discutem e questionam o comportamento de consumo, principalmente o de moda. Trabalhando através da ressignificação de consumo a artista desconstrói as questões de gênero nas roupas, como por exemplo o binarismo. Padrões estéticos, como por exemplo a gordofobia. Machismo, racismo e transfobia também são temas que a estilista problematiza e questiona em suas criações, formando um elo de compromisso não só com a sustentabilidade, mas também com o empoderamento dos corpos abjetos! Seu trabalho desconstrói o conceito de consumo e atrela à suas peças uma visão alternativa para consumir e identificar comportamentos impostos pela indústria que são desnecessários para a nossa vida contemporânea.

Mariana Paes: é multiartista formada pela Escola de Belas Artes da UFRJ, se formou em Artes Cênicas/Indumentária. Permeia por diversos campos das artes, é diretora de arte, grafiteira/muralista, cenógrafa, figurinista, iluminadora, arte educadora, designer gráfica, produtora entre outros campos do universo artístico. Atualmente atua nos projetos culturais da Casa Nem junto com Indianarae Siqueira, dentre eles o Costura Nem, Kuzinha Nem e galeria Nem, além de lecionar história da arte no Prepara Nem, o curso preparatório para o vestibular.