Cerrado Ralo é a designação de um dos subtipos do bioma, que indica uma vegetação predominante de gramíneas e arbustos baixos, além de pouca cobertura arbórea, com árvores menores e tortuosas. De maneira pouco referencial, a exposição apresentada pelo pintor é uma revelação de quem passou a entender como é possível pintar uma paisagem distante e tão distinta para ele.

Entre telas de grandes e pequenas dimensões, estarão expostas três pinturas inéditas, criadas com uma tinta espessa, feita a partir de uma emulsão a base da tinta óleo e outros componentes que passam por cargas minerais e resíduos naturais. O desenvolvimento deste novo material deriva do seu interesse por referenciar o aspecto da secura do sertão: “Como pensar uma pintura que se apresente pela via direta da secura? Uma tinta gorda, matérica, áspera — com suas ranhuras e marcas —, tal como terra. Posso tentar ser chão, pedra, capim de longe e galho de perto. Trabalhar com um gestual que não quer mais representar uma imagem, quer se travestir de tal coisa.”

A paisagem é um tema tradicional na pintura, como possibilidade de representação do mundo. No caso do artista, a escolha do lugar para retratar veio de uma viagem que ele fez no final de 2022 ao Cerrado brasileiro, especialmente numa área entre a depressão do Tocantins e o Planalto Central, em Goiás.

Cerrado Ralo, Bruno Weilemann Belo
Aura Galeria — Rua da Consolação, 2767, Jardins, São Paulo/SP
De 7 de maio a 5 de julho de 2025
De segunda a sexta, das 10h às 19h, e aos sábados, das 11h às 17h
Entrada gratuita