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Galeria Athena | Objeto não identificado

02/12/2022 - Por ArtRio

A Galeria Athena apresenta no dia 3 de dezembro, a partir das 16h, a exposição coletiva Objeto não identificado, com curadoria de Luisa Duarte e Victor Gorgulho.

Nas salas Cubo e Casa estarão reunidas cerca de 35 obras entre pinturas, esculturas, fotografias, vídeos, objetos e instalações, em um panorama da produção de 25 artistas brasileiros (ou radicados no Brasil) de diferentes gerações: Arorá (2000), Brígida Baltar (1959-2022), Cristiano Lenhardt (1975), Daniel Frota de Abreu (1988), Debora Bolsoni (1975), Eleonora Fabião (1968), Erica Storer de Araujo (1992), Frederico Filippi (1983), Gustavo Torres (1987), Jonas Arrabal (1984), João Modé (1961), Lais Myrrha (1974), Luiza Baldan (1980), Maria Laet (1982), Marilá Dardot (1973), Matheus Rocha Pitta (1980), Mayana Redin (1984), Pedro França (1984), Rafael Alonso (1983), Romain Dumesnil (França, 1989), Sonia Andrade (1935-2022), Tadáskía (1993), Victor Mattina (1985) e Vitória Cribb (1996).

Os curadores apontam caminhos e interesses da exposição: “I MISS MY PRE-INTERNET BRAIN”, sinalizava, em caixa alta, um pôster do ano de 2012, parte de uma série de trabalhos do artista, pesquisador e escritor canadense Douglas Coupland. “Eu sinto saudades do meu cérebro de antes da internet” ainda parece, dez anos depois, ressoar como uma alegoria pertinente da vida contemporânea, uma vez que atravessamos, individual e coletivamente, um brutal processo de reformulação de nosso aparato cognitivo.

À medida em que o mundo passa a se configurar como uma avalanche de influxos 24 horas por dia, 7 dias por semana, vivenciamos uma vertigem: somos incapazes de elaborar tal quantidade de estímulos. Nos vemos, assim, em uma situação dual, imersos em uma hiperatividade, conectados, mas simultaneamente mais paralisados, como se as nossas artérias psíquicas e cognitivas estivessem sobrecarregadas, bloqueando a capacidade de lidarmos com os desafios materiais do presente à altura de suas complexidades.

A dualidade prossegue quando notamos que estamos cercados por uma nitidez excessiva no trato mais trivial do cotidiano – o regime das informações, das telas, das redes, da dinâmica 24/7, é aquele que endereça a todo momento uma hiper nitidez. Para que o fluxo não seja interrompido, a opacidade e a dúvida não são bem vindas. Entretanto, esse mesmo regime da transparência não nos faz perceber mais ou melhor o mundo ao redor, ao contrário, está antes relacionado a um embotamento do olhar e um embaralhamento cognitivo.

Se esse estado de hiper definição leva a uma atrofia dos sentidos e um achatamento da multiplicidade da experiência, como cultivar um território para os objetos ainda não identificados? Como afirmar a importância da opacidade, da interrupção, da estranheza, no lugar da transparência, do automatismo, do familiar? Essas são especulações evocadas pelas obras reunidas na exposição coletiva Objeto não identificado.

Objeto não identificado
3 de dezembro a 4 de fevereiro de 2022
Abertura: 03 de dezembro, de 16h às 19h
Terça-feira – Sexta: 11h–19h
Sábados: 12h – 17h
Galeria Athena
Rua Estácio Coimbra, 50
Botafogo – Rio de Janeiro


Lais Myrrha – Dupla Exposição #11, 2022

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