ArtRio 16a. edição | 16 a 20 de SETEMBRO de 2026 | MARINA DA GLÓRIA ArtRio 16a. edição | 16 a 20 de SETEMBRO de 2026 | MARINA DA GLÓRIA

Portas Vilaseca Galeria | Fogo Corredor, coletiva

10/11/2025 - Por ArtRio

Em uma expografia provocante, Fogo Corredor nasce da reflexão em torno de histórias populares e encantarias associadas ao fogo. É o caso da lenda que dá título à mostra: um ser sobrenatural feito de fogo, integrante de crenças populares do Norte e Nordeste do Brasil, cujas narrativas o associam a almas de pessoas mortas que retornam para assustar, queimar ou perseguir suas vítimas.

Por vezes ligado às florestas e, em outras, às pequenas cidades, esse ente não é uma aparição solitária — conectando-se a outros seres sobrenaturais de diferentes culturas, como o Hitodama no Japão, o fogo-fátuo britânico, a Helena grega ou, no próprio Brasil, a Mãe D’ouro. Preservando suas singularidades e vínculos com contextos e tempos distintos,
essas narrativas são tratadas como lastros de saber popular, acionadas para pensar as relações entre vida, morte e sobrevivência espectral, conduzindo o visitante a uma experiência poética e meditativa.

Dividida em dois andares, a mostra propõe dois percursos expositivos que se complementam. O térreo agrupa trabalhos que sugerem ou derivam de relações com o sagrado, seja ele de ordem profana ou não. André Griffo, Thiago Martins de Melo e Manuela Costa Lima abordam as conotações ora punitivas, ora purificadoras do fogo em tradições cristãs e pagãs, enquanto Paloma Bosquê, Ayla Tavares e Alex Cerveny propõem narrativas em torno de rituais, seres fantásticos e deambulações sincréticas, explorando as formas e materialidades de seus trabalhos.

No terceiro andar da galeria, as narrativas fantasmagóricas do fogo aparecem como elemento pop, apresentadas em obras que o tratam como pastiche, derivação ou virtualidade. O grupo reúne artistas como Guerreiro do Divino Amor, biarritzzz e Randolpho Lamonier, em cujos trabalhos o fogo se manifesta em narrativas que entrelaçam história e política, evocando sujeitos historicamente localizáveis — vivos ou mortos. Já Mateus Moreira e Luiza Lukah mergulham em fabulações sobre seres incandescentes.

Em uma proposição que combina arte, história popular, literatura e ficção, o curador fluminense Lucas Albuquerque sugere uma narrativa sobrenatural, na qual cada obra atua como uma entidade de uma história compartilhada: “Conduzido nos fios de ficção de vinte artistas – por vezes ancorados em ecos da realidade, principalmente nas obras de maior teor político – Fogo Corredor apresenta dois pequenos universos cósmicos, tramados entre a força vital do artista e a espiritual daqueles que são convocados e/ou imaginados”.

 

Fogo Corredor, coletiva
Portas Vilaseca Galeria | Rua Dona Mariana, 137, casa 2, Botafogo – Rio de Janeiro

Abertura: quinta, 13 de novembro, das 19h às 22h
Terça a sexta, das 11h às 19h; sábados, das 11h às 17h

Entrada gratuita

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