Pinakotheke Cultural | Flavio-Shiró, 96 anos, presente
A exposição apresenta um total de aproximadamente 70 obras, desde as pinturas seminais do artista, ainda nos anos 1940, passando pelos anos 1950 e 1960, em que Flavio-Shiró se torna um mestre, fazendo “emergir evocações e reminiscências de ambiências e seres”, como destaca Paulo Myada, diretor artístico do Instituto Tomie Ohtake, no texto crítico que acompanha a exposição. “Ele buscou maneiras de enfatizar as possibilidades evocativas do gesto que manipula, intempestivo, a viscosidade da tinta a óleo”, afirma. “Quanto à linguagem, essa busca refeita a cada vez tornou-se uma das molas propulsoras de sua produção ao longo de mais de seis décadas”, assinala Paulo Miyada.
Flavio-Shiró trabalha continuamente, e no Salão central da Pinakotheke Cultural estarão 45 obras em papel, em aquarela ou nanquim, feitas em 2023 e 2024. Seu imenso universo intelectual, adquirido por anos de interesse pela literatura, cinema e música, era ativado pela percepção de algo a sua volta, às vezes banal, uma cena de TV, e se transformava em impulso de trabalho. Assim são as aquarelas “Sem Título”, com cenas de carnaval, uma tourada, ou ainda em forma circular. Destacam-se também as quatro aquarelas que fez em caixas de bombons, entre elas “Rear Window – Alfred Hitchcock” (2022-2023), e os 14 desenhos em nanquim, de 2023, em que o artista parece refletir sobre seu tempo e sua existência mais íntima.
Flavio-Shiró, 96 anos, presente
Pinakotheke Cultural – Rio de Janeiro
Rua São Clemente 300, Botafogo
Segunda a sexta-feira, das 10h às 18h, e sábados das 10h às 16h.
Entrada gratuita