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Nara Roesler São Paulo | Ruído Estelar, coletiva

02/06/2025 - Por ArtRio

A mostra reúne 36 obras dos artistas Abraham Palatnik, Amelia Toledo, Artur Lescher, Brígida Baltar, Bruno Dunley,Cao Guimarães, Heinz Mack, Julio Le Parc, Laura Vinci, Mônica Ventura, Paulo Bruscky, Rodolpho Parigi, Tomás Saraceno e Tomie Ohtake, selecionadas por Luis Pérez-Oramas, diretor artístico da galeria, e pelo Núcleo Curatorial Nara Roesler.

Para os curadores, as obras de “Ruído Estelar” constituem um conjunto metafórico que sugere que talvez o mundo das formas artísticas – recipientes eles próprios de energias vitais e mnemônicas – possa ser compreendido em termos de “campos” ressonantes, como a realidade que nos é revelada pela física. Esses seriam campos de “figurabilidade”, onde as formas nunca cessam de emergir, carregando dentro de si a ressonância de outras formas – consciente ou inconscientemente, passadas ou presentes, esquecidas ou inesquecíveis – em um constante exercício de tornar atual a energia figural que as constitui e que nunca cessa de se transformar, de se transfigurar.

O ponto de partida foi a “música das estrelas”, ouvida, identificada e registrada pela primeira vez em 16 de setembro de 1932, às 19h10, nos campos de Nova Jersey por Karl Jansky (1905-1950), físico e engenheiro especializado em ondas de rádio. Empregado pelos Laboratórios Bell Telephone, ele tinha a tarefa de estudar as fontes de interferência “estática” nas comunicações radiotelefônicas transatlânticas. Para fazer isso, Jansky construiu um dispositivo receptor de ondas de rádio, e ao longo de três anos conseguiu definir três tipos de recepções estáticas: tempestades próximas, tempestades distantes e o que chamou de “um chiado persistente, também de origem estática, cuja fonte é desconhecida”. Com sua antena giratória, no entanto, Jansky pôde identificar a direção de
onde os sinais estavam vindo. O estranho chiado ocorria exatamente a cada 23 horas e 56 minutos — quatro minutos a menos que um dia solar — correspondendo assim à duração de um dia sideral. A maior intensidade registrada em 16 de setembro de 1932 permitiu-lhe sugerir que a origem do ruído não vinha do sistema solar, mas do centro da Via Láctea, na constelação de Sagitário. Alguns dias depois, Jansky afirmou que as ondas de rádio que ele havia captado realmente vinham do “centro de gravidade da galáxia”.

Anos depois, em 1974, no Observatório Nacional de Radioastronomia, Bruce Balick e Robert Brown descobriram o objeto no centro da Via Láctea de onde se originava o chiado que Jansky havia registrado: Sagitário A*, o imenso buraco negro, 4,3 milhões de vezes mais massivo do que o sol, e resultado de um colapso estelar.

 

Ruído Estelar, coletiva
Nara Roesler SP – Avenida Europa, 655, Jardim Europa
Abertura: 7 de junho de 2025, das 11h às 15h
De segunda a sexta, das 10h às 19h, e sábado, das 11h às 15h.
Até: 16 de agosto de 2025
Entrada gratuita

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