Aura Galeria | CHMAC CHUÁ, de Luiza Gottschalk


A artista apresenta um conjunto de dez pinturas inéditas, resultantes de uma nova fase de sua pesquisa inspirada por teorias de Gilles Deleuze e Félix Guattari. A onomatopeia que dá título à exposição, Chmac Chuá, é destituída de uma tradução literal, mas pode nos lembrar a sensação de algo grudento, um beijo ou até um barulho de água. A exposição é acompanhada do texto crítico do artista e pesquisador Thiago Honório, antigo orientador de Luiza, que acompanha seu trabalho há longa data.
Se antes Gottschalk elaborava paisagens fantásticas, inspirada pelas formas das vegetações e rios – herança de sua infância na Serra da Mantiqueira –, nesta nova série ela mergulha na abstração para capturar ainda mais as potências sinestésicas da natureza. A artista se inspira nas forças invisíveis que movem a matéria e a transforma, como as erupções, as erosões e os derretimentos.
Segundo Gottschalk, esta produção é tão sensorial quanto sensual – palavras que compartilham a mesma raiz etimológica: “sensus”, que significa “sentido” ou “percepção”. São registros mais atmosféricos, focados naquilo que pulsa antes da forma, e que convocam uma experiência que se dá pelos sentidos do corpo. A temperatura da cor, a força do gesto, a sedução das camadas e nuances que convidam à aproximação. Há uma intensidade tátil que atravessa essas peças e evocam o que se é antes de ser nomeado.
CHMAC CHUÁ, de Luiza Gottschalk
Aura Galeria — Rua da Consolação, 2767, Jardins, São Paulo/SP
De 15 de março a 17 de abril
De segunda a sexta, das 10h às 19h, e aos sábados, das 11h às 17h
Entrada gratuita