Janaina Torres Galeria | O artista fraco, de Caio Pacela
“Gestos copiosos povoam a primeira individual de Caio Pacela em São Paulo. Mãos espalmadas sobre os olhos, braços erguidos, dorsos curvados, dedos em riste, mãos impostas, abraços, corpos girando… Podemos sentir a brisa, a respiração de cada forma de vida. Testemunhamos a úmida e pesada tempestade que se aproxima, abrindo espaço no ar. Enquanto pássaros despencam, corpos se elevam. Bichos e gentes estremecem em paisagens coabitadas. Raramente amanhece sob o alaranjado do céu. Faz escuro.
O que se revela ao olhar são pequenos — e, muitas vezes, dispersos — acontecimentos cujas intencionalidades nos são desconhecidas. A gestualidade que se dá a ver pouco diz sobre aquelas pessoas, aquele mundo, aquele tempo. Não há informações, senão acenos perfurados, preenchidos de silêncio e descompasso. A imprecisão nos conduz pelo mistério e descortina o exaustivo esforço de Caio Pacela em esquivar-se de afirmar. Como pungentemente confessa o personagem Vladimir na peça Esperando Godot (1948), de Samuel Beckett: “pensar não é o pior; o que é terrível é ter pensado”.” — Clarissa Diniz.
O artista fraco, de Caio Pacela
Janaina Torres Galeria | Rua Vitorino Carmilo, 427, Barra Funda, São Paulo
Abertura: 25 de outubro, das 14h às 18h
De25 de outubro de 2025 a 31 de janeiro de 2026
Terça a sexta, das 10h às 18h, sábados, das 10h às 16h
Entrada gratuita