
Sobre a obra
OrbitalA série de esculturas Interseccionada Orbital ressoa conceitualmente com a ideia de orbitais na teoria atômica. Assim como os orbitais são zonas de probabilidade — regiões onde os elétrons podem ser encontrados, e não trajetórias fixas que eles percorrem — as formas circulares de Intersected ocupam o espaço de maneira dinâmica, mutável e aberta à reconfiguração. Nem os elétrons nem as esculturas seguem um caminho previsível; ambos operam dentro de um campo de possibilidades, onde a estrutura emerge por meio da interação, da relação e do movimento. ? Nos orbitais atômicos, a forma é definida pela possibilidade, não pela precisão. De modo semelhante, Orbital abraça a incerteza e a fluidez: planos circulares se cruzam em ângulos variados, apoiando- se de maneira a sugerir equilíbrio, mas permitindo constantes reconfigurações. A modularidade das esculturas espelha a lógica construtiva dos sistemas orbitais, nos quais unidades individuais (elétrons ou planos escultóricos) se articulam para gerar formas complexas e emergentes. ?O uso do círculo — uma forma infinita
e não hierárquica — reforça ainda mais essa conexão. Tanto
no contexto quântico quanto no escultórico, o círculo sugere continuidade, ausência de começo ou fim, e o potencial para variações infinitas. As obras de Interseccionada , como os orbitais, tornam-se campos de possibilidade espacial, onde a estrutura não surge de um desenho rígido, mas sim da dinâmica relacional. ? Sob essa ótica, a exploração da tridimensionalidade, do equilíbrio e da ocupação do espaço pelo artista dialoga com o comportamento quântico dos elétrons: ambos existem não como formas fixas, mas como sistemas em fluxo, moldados pela interação, pela probabilidade e pelo movimento perpétuo.
Ficha técnica
Gustavo Prado
Orbital, 2025
Acrílico
[Acrylic]
47 x 46 x 24 cm
[18 1/2 x 18 1/8 x 9 1/2 in]
Edition of 30
Sobre o artista
Gustavo Prado(São Paulo, 1981) A obra de Gustavo Prado transita entre diferentes suportes - escultura, desenho, performance, fotografia e vídeo - para investigar as muitas possibilidades do espaço. O artista reside em Nova York, onde realiza grande parte de sua produção artística. Nascido em 1981, em São Paulo, Prado estudou Filosofia e Desenho Industrial. Sua formação artística se concentra sobretudo em cursos na Escola de Artes Visuais do Parque Lage, no Rio de Janeiro, que ele passa a frequentar no final dos anos 1990. Em 2002, o artista dá início a série Perceptible, cuja produção se estende até 2011. Nela, a experiência fenomenológica torna-se ponto crucial de uma investigação em ambientes construídos com lâmpadas fluorescentes, tecido, estruturas de metal e sensores de movimento, que, em conjunto, formam um sistema que suscita diversas respostas a partir do encontro entre o corpo e o espaço. Já em Trespass (2009), Prado usa um espelho portátil para projetar a intensa luz do verão no interior de diversos apartamentos, explorando as fronteiras do espaço privado. Os espelhos são também o principal material da série Measure of Dispersion (2014-2016), na qual o artista cria objetos a partir de estruturas de metal e diversos espelhos côncavos. O trabalho, em vez de fixar uma imagem única daquilo que está posicionado à frente, acaba por refletir um corpo fragmentado, alterando a percepção do espectador tanto de sua própria imagem quanto do contexto em que está inserido. Entre as exposições coletivas de que o artista participou, destacam-se Projéteis de Arte Contemporânea, na Funarte, Rio de Janeiro, em 2003, e Outros Lugares, no Espaço Cultural Casa das Onze Janelas, Belém, em 2006. Seu trabalho também foi apresentado no Le Carreau du Temple, em Paris, durante o Ano do Brasil na França, e integrou o programa Rumos, do Itaú Cultural, além de mostras no Museu de Arte Moderna (MAM) do Rio de Janeiro, e no Paço Imperial, também no Rio, entre outras. Prado participou de diversos projetos de residência artística, na Escola de Artes Visuais do Parque Lage e na New York School of Visual Arts, entre outras instituições. O artista vive e trabalha em Nova York.
Athena
Rio de Janeiro / RJA Athena foi fundada em 2011 por Eduardo e Filipe Masini como um espaço inovador de criação, discussão e divulgação da arte contemporânea. Mais do que um espaço expositivo, a galeria é considerada uma local de pesquisa, aprofundamento de conceitos e intercâmbios artísticos, buscando sempre iniciativas inovadoras. A galeria se consolidou como uma das mais destacadas do cenário artístico brasileiro, representando renomados e promissores artistas nacionais e internacionais, além de investir em parcerias com curadores e instituições para desenvolver a carreira de seus artistas. O programa da Athena é organizado com o objetivo de liberar toda a ação artística e seu diálogo crítico, ajudando no desenvolvimento conceitual, no aprofundamento intelectual dos artistas e de suas produções em cada exposição.