Sobre a obra

Sol de Maio

Deni Lantz nasceu em São Paulo em 1993 e é graduado em Artes Visuais pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). Iniciou seus estudos de pintura aos 13 anos com o artista argentino Juan José Balzi (1933–2017) e, em 2012, trabalhou como assistente de Ernesto Bonato no Projeto Maré 0.1, atuando como impressor de xilogravuras em grande formato. Em 2020, realizou acompanhamento em pintura com Paulo Pasta, aprofundando sua pesquisa cromática e formal.

Sua produção pictórica habita o limite entre figuração e abstração, evocando memórias, ecos do mundo real e objetos que ganham densidade no campo da pintura. A materialidade é central em seu processo: camadas de tinta sobrepostas, pentimentos, veladuras e pinceladas ora empastadas, ora rápidas e superficiais, criam tensões que revelam e ocultam os motivos na tela. A utilização da cera de abelha concede transparência, empasto e fosquidez simultaneamente, reforçando a fisicalidade de suas superfícies. Em suas obras, o gesto de pintar e a escolha do que pintar se fundem como uma única pergunta.

Influenciado por artistas como Armando Reverón, Giorgio Morandi, Mark Rothko, Susan Frecon e John Zurier, bem como por referências brasileiras como Alfredo Volpi, Iberê Camargo, Sergio Sister e Paulo Pasta, Lantz desenvolveu uma pintura em que o caráter objetual e a fatura da tela tornam-se protagonistas. Seus trabalhos propõem uma experiência de contemplação silenciosa, entre a evocação poética e a pesquisa formal.

Entre suas exposições individuais, destacam-se Keeping Time (High Noon Gallery, Nova Iorque – EUA, 2025) e Deni Lantz: Pinturas (Galeria Estação, São Paulo – SP, 2022). Participou ainda de coletivas como Alvorada (Galeria Simões de Assis, Balneário Camboriú – SC, 2025), Ar Livre: paisagem contemporânea em Cidade Tiradentes (Centro MariAntonia – USP, São Paulo – SP, 2024) e Let the World Come ‘Round (Teffia, Kingston, Nova Iorque – EUA, 2022). Realizou residências artísticas em Havana (Barrer todo con Agua, 2016) e em Nova Iorque (Residency Unlimited, Brooklyn, 2024).

A obra de Deni Lantz se insere em um campo expandido da pintura contemporânea brasileira, explorando simultaneamente memória, gesto e materialidade, e consolidando-se como uma das vozes emergentes mais singulares de sua geração.


Ficha técnica

Óleo e cera de abelha sobre tela


Sobre o artista

Deni Lantz

Deni Lantz, 1993, São Paulo | SP – Brasil Deni Lantz nasceu em 1993 na cidade de São Paulo onde vive e trabalha atualmente. Graduado em artes visuais pela Unicamp – Universidade Estadual de Campinas – SP. Frequentou e expôs em diversas mostras na Casa da Xiclet Galeria, em São Paulo. Estudou pintura aos 13 anos com o artista argentino Juan José Balzi (1933-2017), e, posteriormente, em 2012, trabalhou como assistente do artista Ernesto Bonato (1968) no Projeto Maré 0.1, como impressor de xilogravuras em grande formato. Fez acompanhamento em pintura com o artista Paulo Pasta em 2020. Os trabalhos de Deni Lantz evocam memórias e ecos do mundo real, objetos e motivos que o artista elege para habitar o limite sutil entre o figurativo e o abstrato. Dessa forma, a fatura tem papel central em sua prática de pintura. Entre pentimentos, sobreposições, ora com pinceladas mais empastadas, múltiplas camadas de tinta, ora mais rápidas e superficiais, explora diferentes formas de colocar a tinta na tela e revelar ou velar os motivos que tensionam as composições. Muitas vezes, Lantz encontra sua forma de pensamento mais na abstração e no monocromo do que na natureza-morta ou na paisagem, o caráter objetual e a materialidade de suas pinturas tornam-se mais protagonistas do que os temas escolhidos. Nesse sentido, a cera de abelha é um importante material para o artista, uma vez que concede transparência, empasto e fosquidez, a um só tempo; os pincéis, curtos e duros, depositam e retiram a tinta ao mesmo tempo; em seu trabalho, como pintar e o que pintar são partes da mesma pergunta. A pesquisa e o interesse por esse espaço entre a figuração e abstração, fatura, materialidade e fisicalidade são características do trabalho, influenciado por pintores como Armando Reverón, Morandi, Mark Rothko, Susan Frencon e John Zurier, e referências brasileiras como Alfredo Volpi, Iberê Camargo, Sergio Sister e Paulo Pasta. Deni Lantz, 1993, São Paulo | SP – Brazil Deni Lantz was born in 1993 in the city of São Paulo where he currently lives and works. He has graduated in visual arts from Unicamp – State University of Campinas – SP. He has attended and exhibited in several shows at Casa da Xiclet Galeria in São Paulo. At age of 13 he studied painting with the Argentine artist Juan José Balzi (1933-2017). In 2012, he worked as an assistant to the artist Ernesto Bonato (1968) at Projeto Maré 0.1, as a printer of large-format woodcuts. He did painting monitoring with artist Paulo Pasta in 2020. Deni Lantz's works evoke memories and echoes of the real world, objects and motifs that the artist chooses to inhabit the subtle boundary between the figurative and the abstract. In this way, the making plays a central role in his painting practice. Between pentimenti, overlays, sometimes with more pasty brushstrokes, multiple layers of paint, sometimes faster and more superficial, he explores different ways of applying the paint on canvas and revealing or veiling the reasons that tense the compositions. Often, Lantz finds his way of thinking more in abstraction and monochrome than in still life or landscape, the objectual character and materiality of his paintings become more protagonists than the chosen themes. In this sense, beeswax is an important material for the artist, since it provides transparency, paste and matteness at the same time; the brushes, short and hard, deposit and remove the paint at the same time; in his work, how to paint and what to paint are parts of the same question. Research and interest in this space between figuration and abstraction, making, materiality and physicality are characteristics of the work, which is influenced by painters such as Armando Reverón, Morandi, Mark Rothko, Susan Frencon and John Zurier. His Brazilian references are such as Alfredo Volpi, Iberê Camargo, Sergio Sister and Paulo Pasta.


GALERIA ESTAÇÃO

São Paulo / SP

Com um acervo entre os pioneiros e mais importantes do país, a Galeria Estação, inaugurada no final de 2004 por Vilma Eid e Roberto Eid Philipp, consagrou-se por revelar e promover a produção de arte brasileira não erudita. A sua atuação foi decisiva pela inclusão dessa linguagem no circuito artístico contemporâneo, ao editar publicações e realizar exposições individuais e coletivas sob o olhar dos principais curadores e críticos do país.


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