
Sobre a obra
faca na caveira (2)Em “Faca na caveira (2)”, Marilia Furman reflete sobre a brutalidade do Estado brasileiro partindo do símbolo do BOPE – ou, ainda, tomando o BOPE como símbolo. Considerado um grupo de elite, uma das polícias “mais bem preparadas do país”, o BOPE é um batalhão da polícia carioca cuja imagem pública ganhou contornos alegóricos, de exaltação à violência institucionalizada, especialmente após a série de filmes Tropa de Elite. Trata-se de um fenômeno generalizado que abarca outras polícias do país sob o lema “faca na caveira”. A obra de Furman opera uma inversão desse símbolo ao apresentar um quepe gasto da Polícia Militar de São Paulo atravessado por uma faca de cozinha. Se, na relação original, uma arma militar ataca um elemento civil (um crânio genérico de ser humano, na sua face mais assustadora), no seu trabalho é um artefato civil, caseiro (e até mesmo feminino) que fere o elemento militar.
Ficha técnica
quepe da poli?cia militar de sa?o paulo, faca e fo?rmica
Sobre o artista
Marilia FurmanMarilia Furman (São Paulo, 1982) é formada em Artes Plásticas pela USP e Fotografia no SENAC. A artista busca construir o seu trabalho como crítica social e explicitar os limites da arte nesta tarefa. Seus trabalhos costumam investigar o universo da mercadoria e do trabalho, na exploração de materiais e meios diversos que possam dar corpo e visibilidade a estas questões.
Central Galeria
São Paulo / SPNa Central celebramos a criatividade, a tolerância e a diversidade. Buscamos ser um espaço inclusivo online e offline. Representamos artistas cujas poéticas orbitam o universo da arquitetura e exploram a relação entre sujeito e paisagem urbana sob uma perspectiva decolonial. Temos o compromisso de difundir reflexões sobre a arte contemporânea com um programa que visa transbordar do espaço expositivo para seu entorno – seja através de exposições, conversas, publicações ou projetos especiais.