
Sobre a obra
Reviravolta de GaiaEm 2021 e 2022, o coletivo Floresta de cristal, concebido pela artista Rivane Neuenschwander em colaboração com a cineasta Mariana Lacerda, participou de nove manifestações públicas na cidade de São Paulo para, através de uma performance política, reivindicar os direitos da natureza e denunciar o risco de uma ruptura democrática naquele momento político crítico do país. Para alertar sobre a urgência do problema climático, criaram e vestiram-se de plantas, fungos e animais, com roupas, máscaras e cabeças. No texto de apresentação, as autoras escrevem: “Através de nossa pequena floresta andando pela cidade de São Paulo, acabamos por documentar aquele que foi um dos anos mais tensos da trajetória política do país, onde a possível reeleição do candidato de extrema-direita implicaria em um aprofundamento da tragédia humanitária e na completa destruição de políticas socioambientais no país.”
O livro Reviravolta de Gaia traz 132 imagens fotográficas dos personagens criados, em meio as manifestações de rua, assim como duas entrevistas, uma com o filósofo camaronês Achille Mbembe e outra com o pesquisador João Paulo Lima Barreto Tukano. A obra conta também com ensaios escritos por Lisette Lagnado, Coletivo Centelha, Déborah Danowski, Peter Pál Pelbart e Inês Grosso, sobre arte, performance e a disputa política vivida no Brasil naquele momento e sobre a urgência de se discutir os efeitos das mudanças climáticas que vem afetando a natureza e a sociedade, no Brasil e no mundo. A edição é organizada a partir das manifestações, cronologicamente e por ato, e apresenta verbetes escritos pela pesquisadora e professora Sabrina Sedlmayer sobre os temas abordados e os dizeres dos cartazes levados às ruas, funcionando como um guia para a maior compreensão do debate. Alguns verbetes são: Cosmovisões, Hidra Capitalista, Inferno verde-oliva, Rios voadores, Simbiogênese.
Ficha técnica
Autoras Mariana Lacerda e Rivane Neuenschwander
Idioma Português e inglês
Número de páginas 240
ISBN 978-65-5691-126-7
Projeto gráfico Joana Amador
Formato 21 x 28 cm
Encadernação Capa dura
Ano de publicação 2023
Sobre o artista
Rivane Neuenschwander
Rivane Neuenschwander Maciel Guimarães (Belo Horizonte MG 1967).
Artista visual. Estuda desenhos na Escola de Belas Artes da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), entre 1989 e 1994. Em 1992, faz sua primeira exposição individual na Itaú Galeria de Belo Horizonte e de São Paulo. Recebe, em 1993, o Prêmio Marc Ferrez de Fotografia pelo projeto Ex-Votos, Objetos Fotográficos, realizado na Fundação Nacional de Arte (Funarte), Rio de Janeiro. Em 1996, é premiada no projeto Antarctica Artes com a Folha juntamente com Marepe (1970) e Cabelo (1967). É artista residente do Royal College of Art, em Londres, entre 1996 e 1998.
Participa da 24ª Bienal Internacional de São Paulo, em 1998. No mesmo ano, é diretora de arte do curta-metragem Otto, Eu Sou um Outro, com direção de Lucas Bambozzi (1965) e Cao Guimarães (1965). É artista residente do International Artists Studio Program in Sweden (Iaspis), em Estocolmo, Suécia, em 1999. Em parceria com Cao Guimarães, dirige os vídeos experimentais Sopro (2000) e Word/World (2001). Em 2001, recebe prêmio da ArtPace Foundation, sediada em Santo Antonio, Estados Unidos.
Participa da Bienal Internacional de Veneza em 2003 e em 2004, e da 27ª Bienal Internacional de São Paulo, em 2006.
Fontes:
Foto: https://oglobo.globo.com/cultura/instalacoes-videos-telas-de-rivane-neuenschwander-ocupam-boa-parte-do-new-museum-em-nova-york-2989499
Texto: RIVANE Neuenschwander. In: ENCICLOPÉDIA Itaú Cultural de Arte e Cultura Brasileiras. São Paulo: Itaú Cultural, 2017. Disponível em:
EDITORA COBOGÓ
Rio de Janeiro / RJA Editora Cobogó foi criada em 2008, com o objetivo de refletir sobre a arte, a cultura e o tempo presente. Esta casa possui, hoje, um catálogo de mais de 300 títulos. Destes, 90% são projetos originais, desenvolvidos pela Cobogó junto a seus autores, artistas e colaboradores, em sua maioria brasileiros. Para compor o conjunto de títulos e coleções inovadoras, a Cobogó valoriza a interdisciplinaridade, a pluralidade de vozes e a diversidade de temas, colocando-se como um agente das mudanças de paradigmas em curso no Brasil e no mundo. A cada nova publicação, a Cobogó estimula a reflexão e promove o conhecimento, levando adiante um projeto consciente de (re)construção coletiva, reafirmando sua crença na transformação das relações sociais por meio da leitura e da cultura.