Ainda jovem, Voltaire Fraga mudou-se para Salvador, onde trabalhou em publicidade e começou a desenvolver sua linguagem visual. Seu olhar se voltou sobretudo para o cotidiano da cidade e para a cultura popular, registrando com sensibilidade festas religiosas, rituais afro-brasileiros e cenas urbanas. Ao longo das décadas, produziu um vasto acervo que hoje é reconhecido como documento histórico e artístico da Bahia do século XX. Sua fotografia se caracteriza pelo equilíbrio entre o registro documental e a dimensão poética da imagem. Pouco difundido em vida, seu trabalho passou a ganhar reconhecimento posterior, em exposições e acervos institucionais. Com ele, a memória cultural baiana encontrou um intérprete atento e singular.