[Teodoro Stein Carvalho Dias] 1954, Poços de Caldas | MG A arte de Teodoro Dias lida com formas simples que poderiam se resumir a duas linhas paralelas. Elas estão na origem de suas gravuras, desenhos, pinturas, e objetos tridimensionais. O desafio do artista - um desafio consciente - está na capacidade de, a partir de elementos tão simples, proporcionar ao publico experiências que revelem as possibilidades infinitas contidas em gestos corriqueiros e anônimos: traçar uma linha ao lado da outra. Não o move uma demagogia aristocratizante que vê no trabalho artístico uma atividade tão nobre que deveria ser praticada por todos os homens e mulheres. Ele admira a diversidade dos ofícios humanos. E já exerceu vários deles com dignidade. A sua preocupação central reside na criação de objetos que não se mostram ostensivamente como arte. Antes, requerem uma percepção sutil do mundo e dos indivíduos que os coloque no limiar de uma experiência em que todos os seres carecem de uma identidade obesa e autos satisfeita. É precisamente essa problematização radical de um mundo estratificado, em que atividades, pessoas e objetos respondem a denominações fixas e farisaicas, que sua arte-sem-arte pretende por em ação. Discretamente, é claro, já que a ostentação daria pés de barro a sua homenagem ao sussurro. Rodrigo Naves