Simone Cupello
A poética de Simone Cupello (Rio de Janeiro, 1962) se apoia fundamentalmente no recurso da fotografia e da imagem em um campo ampliado. O uso não convencional de fotografias apropriadas, vistas por ela como “resíduos tecnológicos" e operadas em maços, aponta para onde sua pesquisa se desenvolve: a materialidade da imagem e, junto a ela, à questões antagônicas, que lhe são inerentes, como tecnologia e afetos, presença e virtualidade, memória e esquecimento. O grande acervo de fotografias coletadas ao longo desse período pela artista torna possível a criação de instalações/esculturas que ao serem esculpidas assumem, muitas vezes, formas orgânicas semelhantes às da natureza, como pedras, cascas, rachaduras e relevos que, ao mesmo tempo que remetem ao que é palpável e físico, trazem à tona o alegórico, a forma forjada da paisagem.