Paulo Damásio
"Damásio faz parte de uma linhagem de artistas que não foge das cores, das formas e dos tabus para se esconder na esterilidade de certas formas convencionais e comerciais. O artista expõe seus próprios traumas. Transita habilmente entre uma arte confessional e outra, autocrítica, analítica e que escapa de ser meramente descritiva de experiências. A obra de Damásio se faz na imersão na babel afetiva, simbólica e política, ansiosa e cínica, do mundo. E esse mergulho é pré requisito para qualquer um que tenha a pretensão de se autoproclamar artista. (...) As séries do jovem artista que têm como tema as "balas" e os "doces" se aproveitam do fato de que certas drogas trazem, já em seus nomes vulgares, a sensorialidade infantil empregada de forma a facilitar ao tráfico e o comércio de certas substâncias ilícitas. São artifícios de comunicação do universo das drogas. A sedução da forma, os ensinamentos da psicologia e do design de produtos para crianças são visíveis nas cores hipersaturadas que atraem crianças e jovens nos brinquedos e revistas em quadrinhos e acabam por recobrir a superfícies de cartelas de ácido, por exemplo." Alvaro Seixas "Paulo Damásio pesquisa a ácida estética das drogas através de seus objetos. Através de pinturas, esculturas digitais e físicas, busca penetrar no fetiche de mercadoria e no imaginário infantil, fundando o POPFRITO. Damásio se permite ser tragado pelas imagens, e assim joga com símbolos impregnantes, fractais e temas absurdos, propondo insólitas imagens de desejo." GEMA