O Bastardo
O Bastardo se criou em Mesquita, município da Baixada Fluminense, periferia do Rio de Janeiro. Atuando, inicialmente, em linguagens urbanas, como o grafitti, o artista elabora um diálogo direto entre questões autobiográficas e o pensamento pictórico, conquista gestada entre vivências familiares e passagens por escolas de arte, como a EAV Parque Lage, no Rio de Janeiro, e a Beaux- Arts de Paris. Os temas trazidos em suas obras nos direcionam ao atravessamento entre práticas cotidianas do empoderamento de pessoas negras e gestos usuais de pertencimento a grupos sociais, como a bênção ou a descoloração do cabelo. Nas cenas dos retratos, em séries como “Pretos de griffe” e “Só Lazer”, consumo, lazer e vaidade são algumas das identificações exibidas por grupos que, supostamente, estão ausentes desse tipo de representação. Lazer e consumo configuram assuntos cada vez mais recorrentes em obras de artistas racializados, já que a história evidenciou os gestos de violência e sobrevivência como modo de inserção e denúncia às atrocidades perpetradas à maioria da população brasileira. O Bastardo faz de seu próprio nome, precedido por artigo definido, um vínculo de subversão de sua própria história, mantendo a palavra classificatória que, nas cenas das artes, passa a redirecionar o assunto e alertar para a prática de exotizar as margens. Em 2023, O Bastardo tornou-se membro da comissão curatorial da Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Entre as suas principais exposições, estão as individuais: “O Bastardo”, Museu de Arte do Rio – MAR, Rio de Janeiro, 2023; “Pretos de Griffe”, Casa Triângulo, São Paulo, 2021; e as coletivas: “Brasil Futuro: as formas da democracia”, Museu Nacional da República, Brasília, 2023; “Quilombo: vida, problemas e aspirações do negro”, Instituto Inhotim, Brumadinho, Minas Gerais, 2022; “Histórias Brasileiras”, Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP, São Paulo, 2022; “Brasil MAR Collection + Enciplope?dia Negra”, Museu de Arte do Rio – MAR, Rio de Janeiro, 2022; “Contramemoria”, Theatro Municipal de São Paulo, São Paulo, 2022; “Crônicas Cariocas, Museu de Arte do Rio” – MAR, Rio de janeiro, 2021. As suas obras fazem parte de coleções públicas nacionais e internacionais, tais como: AFRICANA Art Foundation, Genebra, Suíça; Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP, São Paulo, Brasil; Museu de Arte do Rio – MAR, Rio de Janeiro, Brasil; Pinacoteca do Estado de Sa?o Paulo, Sa?o Paulo, Brasil; Xiao Museum of Contemporary Art, Rizhao, China. [O Bastardo was raised in Mesquita, a city in the territory of Baixada Fluminense, on the outskirts of Rio de Janeiro. Initially working in urban languages, such as graffiti, the artist develops a direct dialogue between autobiographical issues and pictorial thought, a conquest born between family experiences and passages through art schools, such as EAV Parque Lage, in Rio de Janeiro, and Beaux-Arts in Paris. The themes brought in their works direct us to the crossing between everyday practices of empowerment of black people and usual gestures of belonging to social groups, such as blessing or bleaching the hair. In the portrait scenes, in series such as “Pretos de grife” and “Só Lazer”, consumption, leisure and self-esteem are some of the identifications displayed by groups that are supposedly absent from this type of representation. Leisure and consumption are increasingly recurrent subjects in the works of racialized artists since history has highlighted the gestures of violence and survival as a way of insertion and denunciation against the atrocities perpetrated on the majority of the Brazilian population. O Bastardo [The Bastard] makes its own name, preceded by a definite article, a bond of subversion of its own history, maintaining the categorizing word that, in the art scene, starts to redirect the subject and alert to the practice of exoticizing the margins. In 2023, O Bastardo became a member of the curatorial committee of the Escola de Artes Visuais do Parque Lage. Among his main exhibitions are the solo shows: “O Bastardo”, Museu de Arte do Rio – MAR, Rio de Janeiro, 2023; “Pretos de Griffe”, Casa Triângulo, São Paulo, 2021; and the group shows: “Brasil Futuro: as formas da democracia”, Museu Nacional da República, Brasília, 2023; “Quilombo: vida, problemas e aspirações do negro”, Instituto Inhotim, Brumadinho, Minas Gerais, 2022; “Histórias Brasileiras”, Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP, São Paulo, 2022; “Brasil MAR Collection + Enciplope?dia Negra”, Museu de Arte do Rio – MAR, Rio de Janeiro, 2022; “Contramemoria”, Theatro Municipal de São Paulo, São Paulo, 2022; “Crônicas Cariocas”, Museu de Arte do Rio – MAR, Rio de janeiro, 2021. His works are part of national and international public collections, such as: AFRICANA Art Foundation, Geneva, Switzerland; Museu de Arte de São Paulo Assis Chateaubriand – MASP, São Paulo, Brasil; Museu de Arte do Rio – MAR, Rio de Janeiro, Brasil; Pinacoteca do Estado de Sa?o Paulo, Sa?o Paulo, Brasil; Xiao Museum of Contemporary Art, Rizhao, China.]