Marcos Chaves
Brasil - 1961
Marcos Chaves inicia sua produção na década de 1980 e trabalha principalmente com a fotografia, além de criar vídeos, instalações, obras em espaços públicos e esculturas. Participou das 1ª e 5ª edições da Bienal do Mercosul, da 25ª Bienal de São Paulo, da 54ª Bienal de Veneza, entre outras importantes exposições na América do Sul e do Norte, Ásia, Europa, Austrália e África. Sua obra integra as coleções do MAM, Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, do Centro per l'Arte Contemporanea Luigi Pecci (Itália), entre outras coleções particulares. Foi contemplado com diversos prêmios, como o do IV Salão MAM da Bahia e o Espírito Santo Investment Award.
Pautado pela fotografia, o trabalho de Chaves transforma situações cotidianas, extraindo cenas improváveis de momentos banais. É o caso da série Buracos, fotografias de grandes buracos encontrados em ruas sem manutenção, ou da série Retratos, composta de fotos de vassouras que, encostadas na parede, ganham expressões humanas. Outro tema frequente na obra do artista é a cidade do Rio de Janeiro. O artista explora, em trabalhos como Eu só vendo a vista, Mar Ave Ilha e toda a série da sua última exposição Pieces, questões relacionadas à paisagem ou aos ícones da cidade, como o Pão de Açúcar. Paralelamente, o humor, a ironia e o uso das palavras, culminando em poesias visuais, perpassam todo o conjunto de sua obra, seja ela em fotografia, vídeo ou em instalações e projetos de arte pública.
De acordo com Simon Kirby, em texto sobre sua última exposição individual, o trabalho de Marcos Chaves relaciona-se à dinâmica de posicionar elementos no espaço. Aqui [nos trabalhos de Pieces], perspectivas inversas distanciam o primeiro plano e trazem para a frente objetos distantes. Seus múltiplos pontos de vista nos convidam a deslocar nossa posição visual e a criar nossas próprias narrativas: o macaco pula de galho em galho; a luz no horizonte muda; aquela ilha única torna-se um arquipélago pessoal fictício, talvez até melancólico, e cheio de possibilidades. Enquanto boa parte da obra anterior de Chaves está preocupada com a criação de novos significados em momentos que seriam, de outro modo, esquecidos, estas obras basicamente apresentam ocasiões conscientes nas quais o artista, embora não visível fisicamente, está totalmente presente como um protagonista contemplativo?.
Fontes:
Foto: http://lulacerda.ig.com.br/artigo-rio-nova-feira-de-arte/
Texto: https://carbonogaleria.com.br/obra/boca-304#biografia