Marcia Pastore
Ao longo de mais de três décadas, Marcia Pastore (1964, São Paulo, Brasil) tem desenvolvido uma prática calcada na investigação das possibilidades plásticas dos materiais. Para isso, ela investe na pluralidade, empregando desde estruturas pré-fabricadas como roldanas, sargentos e prumos, às matérias informes, como o gesso, o breu e a parafina, assim como metais moldados em processos de fundição. A interação entre as propriedades desses elementos resulta em operações espaciais que simultaneamente o ocupam e reformulam a partir do agenciamento das linguagens tridimensionais da escultura, da instalação e da arquitetura. A moldagem sobressai como principal operação do vocabulário de Marcia Pastore, servindo tanto como estratégia produtiva, quanto como metáfora que descreve a ação de seu trabalho no público, convocando-o para uma espécie de dança com as estruturas que ocupam o espaço. O corpo, por sua vez, é central em sua prática, seja pela dimensão indicial dos gestos que organizam a matéria, pelas peças moldadas sobre sua própria pele, ou pela escala antropométrica dos trabalhos. O caráter processual de suas experimentações também se expressa nas fotografias e vídeos elaborados como registros de suas ações no ateliê, sem perder sua potência poética. Marcia Pastore realiza exposições individuais desde 1990, quando inaugurou mostra no Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP), em São Paulo, Brasil. Entre as mostras da artista, destacam-se as individuais: Dobros, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB-RJ), no Rio de Janeiro, Brasil (2010); Corpo de prova, no Museu Brasileiro da Escultura e Ecologia (MuBE), em São Paulo, Brasil (2017); Contracorpo, na Pinacoteca, em São Paulo, Brasil (2019); e Estrutura exposta, na Fundação Ema Klabin, em São Paulo, Brasil (2021). Participação em mostras coletivas inclui: Em branco, no Instituto Figueiredo Ferraz, em Ribeirão Preto, Brasil (2021); Oito décadas de abstração informal 1940/2010, na Casa Roberto Marinho, no Rio de Janeiro, Brasil (2018); Arte contemporânea no acervo Municipal, no Centro Cultural São Paulo (CCSP), em São Paulo, Brasil (2004); O Espírito da Nossa Época – coleção Dulce e João Carlos de Figueiredo Ferraz, no Museu de Arte Moderna (MAM-SP), em São Paulo, e no Museu de Arte Moderna (MAM Rio), do Rio de Janeiro, Brasil (2001); 5 artistas de São Paulo, no Palácio das Artes, em Belo Horizonte, Brasil (1989). Seus trabalhos integram as coleções da Pinacoteca, São Paulo, Brasil; do Museu de Arte Moderna (MAM-SP), São Paulo, Brasil; da Fundação Marcos Amaro (FAMA Campo), Mairinque, Brasil; e do Museu de Arte Contemporânea da Universidade de São Paulo (MAC USP), São Paulo, Brasil; entre outras.