O trabalho de Lourival Cuquinha (Recife, 1975) reflete sobre o exercício da liberdade, seja a do indivíduo perante a sociedade, seja a da arte frente às instituições. Atuando no campo político a partir de narrativas subjetivas, sua obra multidisciplinar – que abrange as artes plásticas, o audiovisual e a intervenção – é frequentemente marcada pela interatividade com o público e o meio urbano. Suas ações provocativas buscam criar uma tensão permanente no sistema de arte à medida em que questionam procedimentos e negociam espaços de inserção. Cédulas de dinheiro, bandeiras, contratos e recibos são elementos recorrentes em muitos desses trabalhos, refletindo a estratégia de apropriar-se do sistema apenas para subvertê-lo e, ao mesmo tempo, imbuindo o aparato burocrático de infinitas possibilidades poéticas.