Leo Battistelli
Com genuína sensibilidade, Leo Battistelli apresenta obras que fazem refletir sobre as diversas conexões do Homem com o planeta e a sociedade. De forma lúdica e original, ele apresenta peças como o Livro-objeto “As esferas da percepção”, que dá nome à exposição idealizada para o espaço da Marcia Barrozo do Amaral-Galeria de Arte na Art Rio 2018. “Meu objetivo é realizar alianças e vínculos entre os diversos âmbitos que permeiam a existência humana. Como artista sinto a necessidade de promover, de atuar e gerar mudanças em uma sociedade onde sinto falta de uma consciência de que somos parte de um todo”, afirma o artista. Desta forma, muitas áreas do conhecimento como a física, a botânica, antropologia, as artes plásticas, entre outras estão presentes em originais peças de cerâmica que ele também leva ao evento. O argentino vai apresentar cerca de 30 obras que serão expostas de forma alternada nos três dias do evento. Como grande estrela da mostra, o livro-objeto artesanal é feito de papel de algodão e capa com elementos cerâmicos. Ao lado desta grande peça, esferas coloridas de cerâmica, sobre placas de acrílico compõem os objetos únicos que representam partes das estruturas moleculares de duas plantas sagradas e duas do cérebro humano que, segundo o artista, expõem semelhanças das estruturas químicas de vegetais e humanos. O renomado físico e escritor Marcelo Gleiser exalta as relações que Leo Battistelli realiza. “Ao olharmos a obra de Battistelli, a dança das cores, a superposição da simetria e da assimetria, a mistura da ciência molecular com a experiência distorcida e ampliada da realidade vislumbramos nossa essência flertando, mesmo que por momentos efêmeros, com o mistério da Criação”. As brilhantes correlações feitas pelo artista seguem em outros trabalhos. Em uma série de peças inspiradas nos liquens, ele explora a pureza ambiental. Assim como estes seres vivos que nascem da interação entre fungos e algas, Leo Battistelli usa esta simbiose para mostrar como todos os seres do planeta estão conectados. Bolas de cristal interligadas por cordas de algodão batizada como “Temperantia” e “Iemanjá” – esferas de cerâmica verdes e azuis unidas por fios de algodão falam sobre a comunicação. Esta última vai além ao explorar o diálogo do humano com o sagrado no Candomblé. Todas as obras expostas por Battistelli têm como fio condutor conceitual as diversas formas de relações possíveis no mundo. Outro ponto em comum é a preocupação ecológica na produção das peças. Inspirado no trabalho artístico de seu avô que usava objetos reciclados para produzir colagens para avó, o artista argentino aproveita ao máximo os materiais por meio de reciclagem. Sobre Leo Battistelli Leo Battistelli (1975, Rosário – Argentina) é formado em Artes Plásticas na Universidade Nacional de Rosário. Obteve bolsas, como a National Endowment for the Arts e a de Cultura da Província de Santa Fé na Argentina. Também estudou cerâmica no Atelier do escultor Leo Tavella. Realizou exposições individuais e coletivas desde 1993 em diferentes espaços em Buenos Aires, Brasil, EUA e França. Battistelli expôs seus trabalhos em espaços renomados como o MoMa (Museu de Arte Moderna de Nova York), Museu de Arte Moderna de São Paulo, Malba (Museu de Arte Latino-americana de Buenos Aires), entre outros. Em 2013, foi selecionado pela Chandon para realizar uma instalação na ArteBA. Suas obras compõem importantes coleções públicas e privadas, que inclui nos museus Malba, MAMBA e MACRO. Atualmente, vive e trabalha no Rio de Janeiro.