Jeane Terra
Jeane Terra nasceu em Minas Gerais, vive e trabalha no Rio de Janeiro. Sua pesquisa as subjetividades da memória, as nuances da transitoriedade das cidades e destroços de um tempo, como o apagamento urbano e o crescimento desenfreado das urbes. O trabalho da artista se desenvolve nos suportes da pintura, escultura, fotografia e videoarte. Muitas vezes auto referencial, seu trabalho gravita a usina ruidosa, de onde sua memória vem à superfície. A partir da vivência da demolição da casa em que viveu na infância e com a aproximação do barroco mineiro, a artista produz esculturas utilizando escombros coletados das mais diversas construções, criando uma espécie de “relíquia” para estes objetos carregados de memórias e moradas. Em seus trabalhos, Jeane utiliza o escombro e a “pele de tinta”, técnica que desenvolveu a partir da mistura de tinta acrílica e aglutinante, que feita em finas camadas ganha um aspecto de pele. A artista utiliza as “peles” de tinta para produzir suas pinturas que são costuradas - algumas se valendo da técnica em ponto cruz -, ou recortadas e coladas direto na tela. Uma espécie de corpo-pintura. Assim como, ao utilizar escombros de casas e edifícios como objeto de trabalho e revesti-los com peles de veludo, gera novos sentidos à matéria corpo-casa. Realizou as individuais: “Escombros, Peles e Resíduos” sob curadoria de Agnaldo Farias na galeria Simone Cadinelli Arte Contemporânea e “Inventário” na Cidade das Artes, RJ (2018). Principais exposições coletivas: “Me Two”, “Brasil! Obras da coleção de Ernesto Esposito” no Museu Ettore Fico, Turim, Itália, em 2019; “O Ovo e a Galinha” na Simone Cadinelli Arte Contemporânea, Rio de Janeiro, em 2019; “Abre Alas” na A Gentil Carioca, Rio de Janeiro, em 2019; “Projeto Montra”, em Lisboa em 2013; “Nova Escultura Brasileira – Herança e Diversidade” na Caixa Cultural, RJ, em 2011; Biwako Biennale, Japão, em 2010. Sua obra faz parte da Coleção do Museu de Arte do Rio.