Felipe Morozini
Brasil - 1975
Voyeur, invasor, redentor da fealdade do campo urbano, Morozini admite a parceria com o acaso na construção do coeficiente de arte de suas fotografias. Como definido por Marcel Duchamp, "o coeficiente artístico é como que uma relação aritmética entre o que permanece inexpresso embora intencionado e o que é expresso não intencionalmente."
Felipe Morozini, assim, trabalha como artista e espectador de sua obra: clica intencionalmente e depois amplia o que não foi intencional. Talvez seja essa a fórmula da beleza convulsiva de suas fotografias do cotidiano paulistano, como Noiva do Vento, uma sequencia de quadros na qual uma cortina branca escapa da janela e abre-se toda para os carinhos do vento, liberada.
Felipe Morozini é bacharel em direito e há anos trocou a toga pela máquina fotográfica, com a qual desenvolve, além de seu trabalho artístico, fotografias para revistas e catálogos de moda. A cenografia é outro campo de atuação para esse artista que não sabia que era artista porque não acredita que existam não-artistas. Há arte nos gestos mais banais, na vida comum emoldurada pelas janelas que se debruçam para a Avenida São João.
Fontes:
Foto: http://entreesquinas.com.br/o-centro-e-vivo-galerias-de-arte-ocupam-sao-paulo/
Texto: http://www.zippergaleria.com.br/pt/#artistas/felipe-morozini/