Fabiana de Barros
Brasil - 1957
São Paulo, SP, Brasil, 1957
Dotada de uma criatividade vulcânica, seu atuar artístico tem características barrocas pela forte expressividade e uso de múltiplos recursos multimídias - fotografias, vídeo, colagem, internet, onde mantém vários homesites. A interação com o outro coloca-se como um eixo primordial em seu trabalho que se traduz em instalações, intervenções, arte pública e virtual, web art. É no ciberespaço que Fabiana encontra as melhores condições para aproximar-se do público, através de sites de visitas e espaços para manifestações dos visitantes, propondo viagens a outras culturas e às questões humanas. Vive e trabalha em Genebra desde 1985, o que a tornou mais conhecida no exterior. No Brasil, obteve seu maior reconhecimento ao participar da 25ª Bienal de São Paulo, em 2002.
Fabiana cursou Artes Plásticas na Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP), em São Paulo, entre 1979 e 1983. Destacou-se desde então, na pintura, no Salão de Alunos da FAAP. Dois anos depois, mudou-se para Genebra, Suíça, onde cursou pós-graduação em Multimídias na Ecole Supérieure d'Art Visuel, entre 1988 e 1991. Apesar de estar distante do país de origem, a sua inspiração provém da cultura brasileira. Um dos principais projetos, o Fiteiro Cultural, nasceu na cidade de João Pessoa, na Paraíba. Os "fiteiros", na linguagem popular, são pequenos quiosques utilizados na venda das mais diversas mercadorias, responsáveis pela subsistência econômica e cultural das comunidades locais. A obra de Fabiana de Barros resgata essas características e procura estabelecer uma troca na qual o público não é apenas espectador, mas também produtor do conhecimento. Transferindo suas "esculturas sociais" para outras realidades, a artista adaptou o projeto - mantendo a finalidade de conservação dos laços culturais - aos Alpes Suíços, nos vilarejos da região; levou-o a Nova Iorque, com as crianças do Harlem; e à Grécia, com grupos ciganos. Os registros fotográficos desta última experiência foram expostos na 25ª Bienal de São Paulo.
Outros projetos importantes da artista também viajaram pelo mundo e estiveram no Brasil. Seus trabalhos mais recentes foram expostos no Paço das Artes, em 2002, entre eles a instalação Novidades Revistas - arquitetada a partir de duzentas revistas, das quais foram destacadas figuras humanas, pintadas de branco e retiradas de seu contexto inicial. A criatividade da artista desencadeia o jogo das surpresas, ao reduzir as imagens a puros vultos brancos despojados, no contexto de revistas, suporte altamente narrativo. Na série DAprès, o jogo de instigar o espectador continua; sobre fotos de suas ações de arte pública lança, de forma sedutora e sensual, espraiamentos de tinta, uma pintura virtualizada que faz apagamentos intermitentes das fotografias, em intervenções expressivas.
Ainda nesse evento, expõe a série Queimaduras, fotografias em silhueta sintética de objetos cotidianos. A linha luminosa sobre o fundo negro dá idéia de estar em combustão. Há algo misterioso e mágico nessas imagens finas, linhas de fogo contra a escuridão absoluta. Além de prosseguir com suas interferências, Fabiana é também a responsável pela preservação e divulgação das obras de seu pai, o artista Geraldo de Barros.
Fontes:
Foto: http://www1.folha.uol.com.br/ilustrada/2017/03/1870698-artista-fabiana-de-barros-lanca-livro-e-abre-exposicao-nesta-quarta.shtml
Texto: http://www.catalogodasartes.com.br/Detalhar_Biografia_Artista.asp?idArtistaBiografia=1001